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Nem a Câmara conhece os detalhes da visita de Obama ao Porto

07 mai, 2018 - 15:52

"Não sabemos quantas ruas teremos de fechar, por exemplo", assume o vereador Ricardo Valente. Da Climate Change Leadership, a 6 de Julho, vai sair o "Porto Protocol", um documento de compromisso da comunidade, sobretudo empresarial e do setor vinícola, na luta contra as alterações climáticas.

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A Câmara do Porto ainda não conhece os detalhes da Climate Change Leadership Porto Summit, a conferência que vai levar Barack Obama à cidade, a 6 de Julho.

“Por questões de segurança, ainda não sabemos quais serão os circuitos de circulação dos convidados. Não sabemos quantas ruas teremos de fechar, por exemplo. Não sabemos quais as necessidades de policiamento efetivo que vamos ter", assume o vereador Ricardo Valente.

A autarquia também não avança os custos do evento e, quando questionado sobre o assunto, o vereador opta por inverter a questão - "quanto vai a presença de Obama dar a ganhar à cidade?" -, recusando o termo "custos", que substitui por "investimento”.

"A cidade está a apoiar institucionalmente e a validar o evento através de financiamentos. A cidade também valida o interesse de instituições e do setor do turismo e assume o custo do Coliseu. Foi a cidade do Porto que efetuou o aluguer da sala para a cimeira. Há também a canalização de patrocinadores e parceiros oficiais da Câmara Municipal do Porto para este evento", diz Ricardo Valente.

A cimeira de 6 de julho permitirá, segundo o autarca, posicionar o Porto como "uma cidade aberta ao mundo sem medo do futuro".

"Vamos assumir os custos que o município iria cobrar do ponto de vista de constrangimentos que são colocados à cidade. Já assumimos isso, quer para o evento de 6 julho quer para outro evento, em março, que será na Alfândega", acrescenta o vereador.

"Porto Protocol"

Em conferência de imprensa, a organização da cimeira, promovida por entidades públicas e privadas, avançou que será lançado o "Porto Protocol", um documento de compromisso da comunidade, sobretudo empresarial e do setor vinícola, na luta contra as alterações climáticas.

Além de Barack Obama, 44.º presidente dos Estados Unidos, a conferência contará com a presença de Mohan Munasinghe, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas e Prémio Nobel da Paz em 2007, Irina Bokova, ex-diretora-geral da Unesco, e Juan Verde, presidente da Advanced Leadership Foundation (ALF), uma das entidades organizadoras do evento.

Segundo Adrian Bridge, da Taylor’s Port e representante no Porto da ALF, “as alterações climáticas são um problema real” e a ideia é promover uma discussão para encontrar soluções, a médio e longo prazo, mas “todos juntos”.

“Este 6 de julho é o dia do lançamento do ‘Porto Protocol’, com oradores importantes”, mas “este é um processo”, disse, acrescentando estar já agendado uma outra conferência para março de 2019, na qual se pretende reunir “pessoas do setor do vinho a nível mundial” para “falar de soluções” para o futuro.

O protocolo, sublinhou, será “uma base de dados” para que empresas se comprometam a encontrar “soluções ambientais”.

Frederico Falcão, do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), afirmou que as alterações climáticas são uma preocupação para o setor, “que tem no país uma importância muito grande, sob o ponto de vista cultural, paisagístico e económico”.

“A cultura do vinho é uma cultura fixadora das pessoas no território, tem importância estrutural na nossa economia e este é um setor onde o nome de Portugal atinge uma dimensão muito mais do que a física”, frisou.

O responsável salientou que o problema “já se faz sentir nos vinhos, com a falta de água, com a antecipação de colheitas, e com castas plantadas que estão a sentir alguma dificuldade à evolução que o clima está a ter”.

“Nós queremos estar próximos das soluções e, portanto, daí o envolvimento do Ministério da Agricultura, através do IVV. É [estar a dar] um sinal para dentro, para o nosso setor e para fora de Portugal, de que nós queremos estar na linha da frente da preocupação, estudando o problema, mas sobretudo encontrando soluções para mitigar o problema que estamos a viver”, sublinhou.

"Yes, we should”

O presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, sublinhou que esta conferência marca o arranque do Porto enquanto cidade que se “assume capital não só do vinho, mas de um debate sério preparado, sobre alterações climáticas”.

“O que queremos é um ‘yes, we can’ e um ‘yes, we should’”, sublinhou Botelho.

No dia da conferência, que se destina apenas a convidados - cerca de três mil - Barack Obama abordará a importância de “mitigar” o problema e responderá a cerca de 25 perguntas selecionadas, enquanto Irina falará de como as alterações climáticas estão as afetar as regiões classificadas pela Unesco e quais as soluções propostas.

No mesmo dia em que estará no Porto, o antigo presidente dos Estados Unidos vai também estar em Madrid, Espanha, enquanto convidado de honra de uma cimeira sobre economia circular e inovação, evento também organizado pela Advanced Leadership Foundation.

A cimeira vai dividir-se em duas partes e será um evento privado, para três mil convidados escolhidos pela Câmara Municipal do Porto, que são, como esclarece Adrian Bridge, “pessoas envolvidas nas indústrias que estão preocupadas com este impacto ambiental”. A segunda parte da cimeira, já depois da hora do almoço, será o momento de Obama responder às 25 perguntas escolhidas pelos organizadores.

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  • Cristóvão Bacalhau
    07 mai, 2018 Porto 21:39
    Vou bazar nesse dia, deve estar impossível a cidade.
  • Joaquim Santos
    07 mai, 2018 Tojal 16:58
    "Barack Obama abordará a importância de “mitigar” o problema e responderá a cerca de 25 perguntas selecionadas, enquanto Irina falará de como as alterações climáticas estão as afectar as regiões classificadas pela Unesco e quais as soluções propostas." Falam como se fossem donos do mundo. Estar com a UNESCO é estar com o problema ISRAEL ou ÁRABE, foi a Unesco que o criou quando não deu a César o que era de César e a Deus o que era de Deus. Querem agora estes senhores dar clima ameno aos homens do Douro, vender mais uns copos talvez. Pois o tempo e os ventos é dado por Deus e não fruto da mão dos homens. Como no mundo Ocidental só 20% acredita em Deus. para eles eu sou um ateu do deus-homem. Não há problema. Eu continuo ateu do deus-homem. O tal da era atómica e das guerras justas aos olhos dos donos do mundo.

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