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José Manuel Duarte da Costa é o novo comandante operacional da Proteção Civil

07 mai, 2018 - 22:31

O oficial substitui no cargo o coronel António Francisco Carvalho da Paixão, que pediu exoneração por motivos pessoais.

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O secretário de Estado da Proteção Civil nomeou esta segunda-feira o novo Comandante da Proteção Civil.

José Manuel Costa Duarte, com a patente de coronel tirocinado, substitui no cargo o coronel António Francisco Carvalho da Paixão, que ocupou o cargo durante apenas cinco meses e que, segundo nota enviada à Renascença, pediu exoneração do cargo por motivos pessoais. A RTP, contudo, que avançou a notícia, sugere que a demissão de Paixão se deveu a um desacordo com a política seguida pelo Governo.

No seguimento da notícia, o PSD e o CDS pediram a comparência com urgência do coronel António Francisco Carvalho da Paixão no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a preparação para o combate aos incêndios.

Já o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, que tem sido um crítico do recém-exonerado comandante da Proteção Civil, saudou, em declarações à Renascença, a sua decisão de pedir demissão recordando a sua falta de perfil para o lugar e esperando que o tenha feito por ter percebido que "o país está acima do interesse das pessoas".

A nomeação de Duarte da Costa, por outro lado, é recebida com "uma satisfação muito grande" por Jaime Marta Soares, que destaca a "experiência, saber, capacidade de diálogo e sensibilidade" do novo comandante. "Não temos qualquer preocupação, sabemos do seu perfil e da sua competência, há muitos anos afirmadas", diz ainda.

A nomeação, nesta altura, "não vai criar nenhuma instabilidade", garante o líder dos bombeiros. "Pelo contrário, vem rapidamente colocar nos eixos o que havia a colocar”, acrescenta.

Na nota que o Governo enviou à Renascença pode ler-se ainda que “o coronel tirocinado José Manuel Duarte da Costa, Chefe do Estado Maior do Comando das Forças Terrestres, é responsável pelas áreas de planeamento e execução da atividade operacional da componente terrestre das Forças Armadas. Neste âmbito, é responsável pela implementação de soluções organizacionais respeitantes ao emprego dos recursos humanos, materiais e financeiros em missões militares, sejam elas ligadas à capacidade de combate ou à capacidade de continuadamente executar missões de apoio militar de emergência e de apoio ao desenvolvimento e bem-estar das populações, no suporte e aconselhamento do processo de decisão dos Chefes Militares.”

“Neste aspeto, salienta-se o planeamento das ações de emprego dos meios e capacidades do Exército no combate aos incêndios em apoio à ANPC”, lê-se também.

Bombeiros profissionais criticam mudanças a “meio da época”

O presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais critica a mudança do comandante da Autoridade Nacional da Proteção Civil a meio da época e a escolha de um militar para o lugar.

Fernando Curto diz que os bombeiros vão continuar a fazer o seu trabalho, mas não esconde as preocupações nas vésperas do período mais perigoso de fogos florestais.

"A esta altura, não se pode dar ao luxo destas mudanças", diz à agência Lusa.

O dirigente da ANBP receia que, "quer em termos de bombeiros como de carreiras", o Governo, com a nomeação do coronel Duarte da Costa, "militarize os bombeiros". E lamenta que as reivindicações da sua associação "não tenham sido ouvidas".

"Os bombeiros querem ter um papel fundamental e querem um comandante dos bombeiros [que seja] dos bombeiros, e não dos militares", reforça.

Fernando Curto duvida ainda que a demissão do comandante da ANPC tenha sido motivada por razões pessoais e prefere acreditar em razões "técnico-operacionais e estratégicas", porque a nova temporada de incêndios, alertou, "está a ser preparada de forma desajustada".

Enquanto bombeiro há 30 anos e representante de uma força de socorro que colabora com a ANPC, Fernando Curto disse ainda ter "o direito a saber por que se demitiu" o comandante da ANPC.


[Notícia atualizada na terça-feira de manhã, às 7h06]

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  • fanã
    08 mai, 2018 aveiro 18:30
    Tendo em conta o "tempo de adaptação" a esta nobre função . Será mais um que as portas do período critico , se vai justificar com falta de coordenação entre corporações de vigilância e combate a incêndios . Esta perpetua mudança de chefias , neste período critico é insensato !.......Entre tempo os pirómanos profissionais estão TRANQUILOS !

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