09 mai, 2018 - 07:25
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O Grupo de Intervenção da GNR de Proteção e Socorro (GIPS) para combate a incêndios não tem meios básicos para trabalhar. A notícia é avançada esta quarta-feira pelo jornal “Público”, que teve acesso a um e-mail interno.
A uma semana de terminarem a formação, os cerca de mil operacionais daquela força especial não têm fatos, luvas, telemóveis, rádios ou carros – nem sequer condições de descanso em todos os centros de meios aéreos onde vão ficar sedeados, que também desconhecem.
“Previsivelmente (com alguma sorte à mistura) podemos ter uma farda por militar, botas, cogula, óculos e capacete no dia 20 de maio. Sublinho que só teremos uma farda... não há tecido em Portugal para mais nesta altura. Esclareço também que nesta altura provavelmente não vai haver luvas (estamos a pensar em soluções 'imaginativas' para solucionar este problema. Até agora não vemos a luz ao fundo do túnel)", informa o comandante do GIPS, major Cura Marques, num e-mail que escreveu aos seus homens a uma semana de terminarem a formação (15 de maio).
Depois, serão colocados em centros de meios aéreos, mas não se sabe ainda quais.
No e-mail interno, citado pelo jornal, Cura Marques admite que os meios podem não estar disponíveis a 1 de junho, data em que começa a época crítica de fogos, devendo a “normalidade” só chegar em julho.
No total, são mil homens que integram a força que fará o primeiro ataque aos incêndios (nos primeiros 90 minutos), com a ajuda de helicópteros e ferramentas manuais e antes da chegada de outras forças. O objetivo é evitar que o fogo tome proporções maiores.
Depois da formação, estes militares deveriam cumprir um mês de estágio no terreno, já em plena época de incêndios, mas, sem meios, deverão ficar-se pela patrulha, só indo para o combate se houver "militares com EPI em número suficiente".
“Tudo está a ser feito” para garantir cumprimento da missão
A Renascença pediu esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna, que respondeu a dizer que, “após a conclusão da formação, os novos elementos do GIPS serão dotados dos Equipamentos de Proteção Individual necessários ao cumprimento da missão”.
“Tudo está a ser feito para o garantir”, afirma o gabinete do ministro Eduardo Cabrita, segundo o qual “as viaturas atualmente existentes permitem o início da missão”.
“O dispositivo será progressivamente reforçado, com entregas periódicas pelos fornecedores de novas viaturas, destinadas ao ataque inicial e ao ataque ampliado e contratadas a 9 de abril”, prossegue a resposta do MAI, recordando que “o GIPS duplica em número de homens e alarga a todo o território nacional”.