10 mai, 2018 - 13:01 • Teresa Almeida
O surto de sarampo ligado ao Hospital de Santo António, no Porto, está controlado, anunciou esta quinta-feira a diretora-geral da Saúde, congratulando-se pelo facto de a Organização Mundial da Saúde (OMS) manter Portugal com o estatuto de país com a doença eliminada.
"Passados dois meses, estamos em condições de anunciar que foi possível controlar o surto de sarampo”, anunciou Graça Freitas, na manhã desta quinta-feira.
De acordo com a diretora-geral da Saúde, há 111 casos de sarampo confirmados ligados a este surto na região Norte, estando “ainda há 24 casos em investigação”.
“Uma ótima noticia é que, apesar de termos tido este surto, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), nós vamos continuar a manter o estatuto de país com a doença eliminada, ou seja, um país que, apesar de ter importado casos, ter tido cadeias de transmissão e ter tido um surto com alguma dimensão, foi capaz de o controlar e não tornar a doença outra vez endémica”, afirmou.
Apesar da resolução do surto, o caso não faz com que o país esteja "livre de ter mais surtos deste género” e, por isso, o olhar dos serviços de saúde sobre estes casos vai alterar-se.
Cada caso será tratado como um potencial surto
O surto foi entretanto alvo de estudo, que apresenta uma abordagem da doença. A partir de agora, os contactos junto das autoridades vão ser alvo de triagem médica - laranja, amarelo, verde -, mas também "por grupos de probabilidade de terem a doença", explicou Graça Freitas.
Esta nova abordagem levará a que alguns casos sejam investigados mais rapidamente do que outros, ajudando a conter o surto.
Para além disso, a DGS assumirá uma nova postura e começará a tratar cada caso como se fosse um potencial surto.
Este caso, agora dado como extinto, afetou sobretudo pessoas com idades na casa dos 30 anos e predominantemente profissionais de saúde - sendo que 80% destes estava vacinado contra a doença. Um facto que leva Graça Freitas a admitir a existência de uma nova variante da doença: "isto não significa que a vacina perdeu o efeito, significa que se está a falar de uma nova variante da doença para já chamada de sarampo modificado”, explicou a diretora-geral de Saúde.
“Será uma nova doença com uma expressão clínica menos grave e menos exuberante”, disse aos jornalistas Graça Freitas, que explicou que se trata de um cenário específico de países com taxa alta de vacinação contra a doença.
O surgir deste "sarampo modificado" poderá, no entanto, vir a alterar o plano nacional de saúde, ainda que, para já, "nada evidencie a necessidade de uma terceira dose da vacina".