11 mai, 2018 - 17:35
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está em negociações com a Câmara de Lisboa para disponibilizar cerca de 300 casas para o programa de renda acessível, anunciou esta sexta-feira o provedor, Edmundo Martinho.
"Entendemos que a Santa Casa não pode deixar de se associar a esta preocupação de disponibilizar habitação em condições de renda acessível à classe média e aos jovens. E, nesse sentido, a Santa Casa tem vindo a discutir há alguns meses a esta parte com a Câmara de Lisboa a possibilidade de se integrar neste projeto da renda acessível", declarou, durante a apresentação dos resultados das contas da instituição relativas a 2017.
De acordo com Edmundo Martinho, são cerca de 300 frações dispersas pela cidade, pelo que "um conjunto de projetos que estão em curso da Santa Casa estão a ser já reformulados para poderem acomodar soluções de disponibilidade de apartamentos e habitacionais neste programa".
Edmundo Martinho destacou ainda que estas frações não põem em causa a gestão de outro património da Santa Casa que está arrendado ao preço de mercado, sendo uma fonte de financiamento para a instituição.
Este património "teve uma valorização significativa este ano que passou" e "é assim que se explica o aumento das receitas associadas à exploração do património imobiliário", sublinhou.
Na passada quarta-feira, o CDS-PP levou ao parlamento um pacote de iniciativas legislativas sobre habitação, que tinham entre elas a sugestão de um levantamento do património imobiliário da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para "criar um programa com vista à reabilitação ou construção de imóveis para arrendamento para fins habitacionais a preços moderados".
Os centristas propuseram ainda que, em articulação com a Câmara de Lisboa, fosse realizada a reabilitação dos edifícios da Colina de Santana, em Lisboa, "com vista ao arrendamento para fins habitacionais a preços moderados, principalmente dirigido a jovens e famílias de classe média".
Estas iniciativas baixaram hoje à discussão na especialidade sem votação na generalidade, juntando-se a diplomas do Governo, PSD, PCP, BE, PS, PEV e PAN.