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Contratar em vez de aumentar salários "mostra que a austeridade não acabou"

14 mai, 2018 - 13:25

Rui Rio reage a entrevista do primeiro-ministro, publicada no fim-de-semana.

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O líder do PSD, Rui Rio, afirmou esta segunda-feira que a preferência do primeiro-ministro em usar folgas orçamentais para contratar funcionários públicos em vez de aumentar salários dos atuais funcionários demonstra que a austeridade não acabou, mas foi transferida para os serviços públicos.

“Isso é, de certa forma, uma confissão de que nós estamos na mesma em austeridade, agora de outra forma, e é o reconhecimento de que os serviços estão carenciados de serviços humanos. Na prática, é assim que eu interpreto o que [o primeiro-ministro] está a dizer”, afirmou Rui Rio aos jornalistas, no Porto, à margem de uma visita a duas residências universitárias.

As declarações surgem em reação à entrevista do primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, ao DN deste fim-de-semana, na qual admite discutir "no momento próprio" propostas de aumentos salariais na função pública, sublinhando, contudo, que prefere usar eventuais folgas orçamentais para contratar funcionários públicos.

Esta posição contraria as pretensões dos parceiros do PS no apoio parlamentar ao Governo minoritário (PCP, BE e PEV). Apesar disso, António Costa admite que, para o Orçamento do Estado de 2019, é necessário encontrar equilíbrios entre as várias posições, prometendo que continuarão a ser descongeladas as carreiras na função pública.

Para o líder social-democrata, Costa “diz isso em função de uma situação que se vive, porque, de raiz, todos nós preferimos aumentar os salários, dar melhores condições de vida às pessoas”, particularmente aos funcionários públicos.

“Hoje, onde é que os portugueses notam a austeridade? Notam no défice de recursos humanos que há em muitos serviços, particularmente no Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou Rui Rio.

O ex-presidente da Câmara do Porto disse ainda que Costa “equaciona dessa forma porque tem consciência que a austeridade passou a ser transferida para os serviços”.

O líder partidário defendeu ser necessário encontrar um “equilíbrio desses dois fatores: repor recursos humanos na medida em que são necessários e, ao mesmo tempo, procurar repor o valor da inflação nos salários, dentro daquilo que orçamentalmente for possível”.

“Vamos ter de conseguir um equilíbrio entre aquilo que é a recuperação de rendimentos, que vai ter de prosseguir para os funcionários como para todos os portugueses, e preencher muitas carências que há na administração [pública]”, afirmou o primeiro-ministro ao DN, referindo-se ao aumento de 350 milhões previstos no Programa de Estabilidade para aumentar a despesa com o conjunto da administração pública.

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