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Incêndios

Empresário agrícola expõe oliveiras ardidas como forma de protesto

15 mai, 2018 - 15:12 • Paulo Leitão

Luís Falcão de Brito perdeu quase tudo nos incêndios de 15 de outubro. "Esculturas" que decidiu criar carregam nomes daqueles que considera serem os responsáveis pela tragédia de há sete meses.

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Um empresário agrícola de Oliveira do Hospital duramente afetado pelos incêndios de 15 de outubro decidiu colocar troncos de oliveiras centenárias ardidas em frente à sua casa como forma de protesto. Isto porque, como contou à Renascença, "até ao momento" não obteve "uma única ajuda".

Luís Falcão de Brito, que reside em Travanca de Lagos, diz que perdeu "quatro casas, trinta hectares de olival e trinta hectares de floresta" nos fogos do ano passado. A espécie de "esculturas" que decidiu criar são também uma forma de manter vivos os acontecimentos na memória coletiva dos portugueses. Decidiu inaugurá-las esta terça-feira por ser o dia em que se marcam sete meses dos incêndios que lhe levaram quase tudo.

O objetivo é que a tragédia "não seja esquecida". As oliveiras ardidas servem ainda para "homenagear as 49 pessoas que morreram” e para mostrar desagrado pelo que se passou e continua a passar.

Os troncos, que estarão iluminados à noite, têm placas com os nomes daqueles que Falcão de Brito considera serem os responsáveis pelos fogos e que têm falhado em prestar apoio às vítimas.

“A principal responsável foi a ex-ministra da Administração Interna que falhou em toda a linha”, defende, acrescentando que Constança Urbano de Sousa “até pode ser muito competente, mas mostrou uma fragilidade, um grande descontrolo e depois apanhámos aqui com um fogo completamente sem controlo, devido a incúria, incompetência e inúmeros erros refletidos nos relatórios das comissões independentes”.

O empresário considera ainda que “há pessoas que não querem que a agricultura e a floresta renasçam, como é o caso do ministro Capoula dos Santos, que é uma pessoa que não ouve nem está interessada em ajudar o interior”.

Falcão de Brito aponta ainda a o dedo à líder do CDS-PP que, diz, “está a compactuar com o ministro". Apesar de reconhecer que Assunção Cristas "fala todos os dias em Pedrógão Grande, e ainda bem", o empresário acusa-a de ter "esquecido completamente” as comunidades afetadas pelos fogos.

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