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Rio acusa Governo de não baixar preço dos combustíveis como prometeu

28 mai, 2018 - 15:49

Associações do setor dos transportes apresentaram lista de exigências sob pena de avançarem com novos protestos e paralisações.

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O líder do PSD, Rui Rio, criticou esta segunda-feira o Governo por não estar a cumprir o que prometeu quanto ao preço dos combustíveis, considerando que teria obrigação de baixar o Imposto sobre os Combustíveis (ISP) como garantiu que faria caso os preços do petróleo subissem.

"O que este Governo fez foi aumentar o ISP, dizendo que o consumidor não pagava mais porque o preço do petróleo estava barato e que se subisse baixava o imposto. Aquilo que aconteceu é que o preço do petróleo não para de subir e o Governo, ao contrário do que prometeu, não baixa o imposto", afirmou aos jornalistas, à margem de um encontro com a direção do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados.

Admitindo que o governo "baixou uma vez" esse imposto, embora "muito pouco", Rui Rio considera que "o que está aqui em causa não é se o imposto é alto ou baixo", mas sim uma promessa que o Governo "não está a cumprir", ponto que considera "fundamental" porque quando um Executivo "faz uma promessa ou assume um compromisso, tem por obrigação assumi-lo até ao fim".

Camionistas ameaçam com protesto

As declarações do líder do PSD surgiram no mesmo dia em que os camionistas se preparavam para cumprir uma paralisação para reclamar a regulamentação do setor e a indexação do preço dos transportes ao dos combustíveis. O protesto acabou por ser suspenso para dar margem às negociações com o Governo.

Nessa reunião esta manhã, uma que contou também com a presença da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), a Associação Nacional das Transportadores Portuguesas (ANTP) destacou a "abertura" manifestada pelo Executivo para discutir algumas das propostas apresentadas pelo setor.

"Isto não vai acontecer nem hoje nem amanhã nem em dias, algumas situações podem demorar meses", avançou aos jornalistas Márcio Lopes, da ANTP, ao confirmar um novo compromisso do Governo para criar um grupo de trabalho para discutir as propostas.

Quatro dias para respoder

De acordo com Márcio Lopes, o caderno de reivindicações passa pela indexação do preço dos combustíveis ao dos transportes, ou seja, refletido no custo dos serviços, melhores condições de trabalho para os motoristas e descontos nas portagens.

"A iniciativa não partiu da associação, mas é a associação que está a dar voz ao desagrado dos camionistas e dos empresários, muitos associados da ANTP", explicou o dirigente associativo, adiantando que a ação de protesto deverá decorrer nas estradas "de norte a sul do país, e nas zonas de fronteira".

Num comunicado enviado à Renascença, a ANTRAM explica que apresentou ao Executivo uma série de reivindicações, entre elas o alargamento do regime do gasóleo profissional, a majoração com custos de combustíveis e benefícios fiscais, para alcançar a "sustentabilidade e a viabilidade" do setor.

Na mesma nota, a associação sublinha que vai aguardar quatro dias para obter respostas do Secretário de Estado das Infraestruturas. "Findo esse período", ressalva, "e caso não obtenha qualquer resposta, a Associação estará totalmente solidária com as ações que as empresas de transporte decidirem definir".

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