30 mai, 2018 - 14:59
O antigo diretor-geral de Saúde que, até abril, esteve a coordenar o projeto de modernização do Sistema Naiconal de Saúde (SNS), criticou esta quarta-feira a falta de investimento no setor da Saúde,
Numa audição parlamentar convocada pelo Bloco de Esquerda no rescaldo da sua demissão, Constantino Sakellarides sublinhou que "estamos a assistir a falhas de investimento em equipamento, em instalações, que provêm dessa acumulação da falta de investimento durante tantos anos".
Para o ex-consultor do ministro Adalberto Campos Fernandes, "esta é uma questão importante", apesar de estarmos neste momento "a 70% de recuperação do que perdemos". Isso, apontou, "já é alguma coisa mas não é muito, daí a questão dos recursos financeiros ser uma questão e ser uma questão importante".
Questionado na mesma audição sobre o porquê de ter abandonado o seu cargo na Saúde, o professor catedrático disse ter percebido que o seu trabalho seria "mais útil fora do Ministério da Saúde", em parte por causa dessa falta de investimento mas também porque repor e acrescentar necessidades não basta, é preciso "transformar" o setor.
"Nos últimos dois anos e meio trabalhei com gosto no Ministério da Saúde e contribuí para parte desta agenda associada a esta iniciativa de modernização do Serviço Nacional de Saúde. Quando, em dado momento, consideramos que os requisitos que acabei de enunciar não são cumpridos, é legítimo pensar que posso ser mais útil fora do Ministério da Saúde do que dentro."
Ao abandonar a liderança do 'SNS Saúde + Proximidade' em abril, "o próprio ministro da Saúde disse que eu ia continuar a fazer isso, a promover esta agenda a partir das minhas funções académicas e que isso eventualmente seria também útil", adiantou o antigo diretor-geral da Saúde.
Também sublinhou que a sua saída não põe em causa o 'SNS Saúde + Proximidade', embora a continuidade deste e de outros projetos dependa das alterações estruturais necessárias que enunciou aos deputados. "Não estou preocupado com a continuidade do projeto, acho que tem boas raízes, é preciso ser sempre avaliado e revisto, simplesmente estes requisitos que enunciei têm de ser levados mais a sério se queremos que a mudança aconteça."