04 jun, 2018 - 08:11
Os professores vão avançar com paralisações a partir de dia 18 de junho, como já estava previsto, após uma reunião dos sindicatos com o Governo esta segunda-feira ter terminado sem acordo.
Esta manhã, antes do encontro entre os sindicalistas e o ministro da Educação, foi levantada a hipótese de os professores começarem a fazer greve às avaliações dos alunos já esta segunda-feira, após o recém-criado Sindicato de Todos os Professores (Stop) ter entregado um pré-aviso para as duas próximas semanas.
À saída da reunião com Tiago Brandão Rodrigues, o dirigente da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) considerou uma "chantagem" a proposta de recuperação do tempo de serviço congelado que foi posta sobre a mesa pelo Governo.
Segundo Mário Nogueira, o ministro informou a Fenprof de que ou os sindicatos aceitavam a proposta da tutela ou terminavam as negociações sobre esta matéria sem recuperação de qualquer tempo de serviço.
“Os professores não são filhos de um deus menor”, afirmou Mário Nogueira numa referência aos restantes trabalhadores da Função Pública que viram recuperados os anos de serviço que estiveram congelados, algo que ainda não aconteceu com a classe dos professores.
Os professores exigem a recuperação de nove anos, quatro meses e dois dias, ao passo que o Ministério da Educação não está disponível para a recuperação de mais de três anos.
Face a essa proposta, e depois da reunião, Mário Nogueira contactou as outras estruturas sindicais, a Federação Nacional da Educação (FNE) e a Stop, e todas chegaram a acordo para manter a greve às avaliações a partir do dia 18. O pré-aviso dessa paralisação já tinha sido entregue.
Ficou ainda acordada entre as estruturas sindicais a hipótese de os professores virem a avançar para uma outra greve aos exames nacionais, bem como às aulas que ainda estarão a decorrer até ao final do ano letivo, a par das tarefas burocráticas que lhes competem, como, por exemplo, o lançamento de pautas.
O que é o Stop?
Nasceu no início do ano, fruto do descontentamento de um grupo de professores. O Sindicato de Todos os Professores promete “luta a sério” contra as políticas do Governo.
Ao jornal “Público”, André Pestana, principal dirigente do 23º sindicato legalizado em Portugal, explica que a nova estrutura surge na sequência da desilusão com a atuação dos outros sindicatos, pelo que aposta na “renovação e rejuvenescimento do sindicalismo docente”.
“Na última década temos sido atacados a sério e temos que responder a sério”, argumenta o dirigente na entrevista ao jornal, ao qual se diz farto da “luta mansinha” das outras estruturas.
A greve desta segunda-feira é a primeira convocada pelo Stop, que conta com cerca de 300 associados – um número que André Pestana não dá como certo, dado que “ainda estão a organizar ficheiros”.
[Notícia atualizada às 17h50]