Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Pais criam associação para processar Estado e ​Hospital S. João

04 jun, 2018 - 19:50 • Filomena Barros

A situação dos contentores provisórios há nove anos, com falta de manutenção, dos quartos sem condições, entre outras, foi denunciada em abril. Até agora, pouco ou nada foi feito.

A+ / A-

Os pais das crianças com doenças oncológicas que são tratadas no Hospital São João, no Porto, vão formar uma associação para apresentar uma ação em tribunal.

A iniciativa deve avançar nos próximos dias, disse à Renascença Jorge Pires, o porta-voz dos pais.

“Vamos constituir uma associação para ter forma jurídica e uma pessoa jurídica para liderar a contestação. Um pai ou dois, individualmente, fazer isto, não faz sentido. Para se apresentar uma ação judicial no Tribunal Administrativo do Porto convém haver uma pessoa jurídica e uma entidade que represente todas as vontades e os pais. É mais fácil”, explica Jorge Pires.

A ideia é agir judicialmente contra o Estado e a administração do hospital São João, desde logo para travar a transferência para o IPO do Porto.

“Não tendo os cuidados intensivos, não tendo todas as valências médicas que são necessárias para os tratamentos dos miúdos, qualquer coisa que seja necessário, os miúdos têm de ir de ambulância para o São João e do São João para o IPO. Estamos a falar de meninos que têm as defesas muito em baixo e pode ser prejudicial, até causar a morte”, afirma o porta-voz dos pais.

A situação dos contentores provisórios há nove anos, com falta de manutenção, dos quartos sem condições, entre outras, foi denunciada em abril. Até agora, pouco ou nada foi feito.

“Depois desta confusão toda, nem houve a dignidade por parte da administração de pôr num quarto uma cortina que custa cinco ou dez euros. Levantou-se esta confusão toda, as fotografias vieram a público e muito pouco foi feito”, lamenta Jorge Pires.

O que se passa é que há uma espécie de pingue-pongue entre os ministérios da Saúde e das Finanças, consideram os pais.

A Renascença questionou já por diversas vezes os ministérios da Saúde e das Finanças. Só o gabinete do Mário Centeno respondeu a dizer que não comenta.

O presidente do conselho de administração do Hospital de São João, no Porto, afirmou na semana passada que tem 19 milhões de euros em caixa para as obras necessárias na ala pediátrica, mas que não pode usar esse dinheiro.

Numa audição parlamentar esta quarta-feira, António Oliveira e Silva disse aos deputados que precisa de uma autorização de despesa que ainda não foi emitida e que é por isso que as obras urgentes continuam por avançar.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+