05 jun, 2018 - 20:39
Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), admite que ainda pode ser travada a greve dos professores às avaliações. Tudo depende de uma reunião com o Ministério da Educação, marcada para quarta-feira.
“Neste momento, o que está para acontecer é uma greve às avaliações. Também estão para acontecer negociações com o Governo. Amanhã [quarta-feira], iremos novamente suscitar a questão do tempo de serviço e se o Governo nos disser que vai cumprir aquilo com que se comprometeu, é só isso, a greve já não terá sentido”, afirma Mário Nogueira em declarações à Renascença.
Mário Nogueira reage ainda às contas apresentadas pelo primeiro-ministro, António Costa, esta terça-feira, no Parlamento. António Costa referiu 600 milhões de euros por ano para reivindicação salarial dos sindicatos, mas o dirigente da Fenprof diz que essas “contas são falsas”.
Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, receiam que os exames nacionais sejam afetados pelo braço de ferro entre Governo e professores.
“O que se nota é que a corda está muito esticada, quer do lado do Ministério da Educação quer do lado dos sindicatos. E isso vai ter consequências e efeitos negativos nas escolas, porque as notas não podem ser lançadas, os alunos não sabem se vão ou não a exame, outros não sabem se passaram ou não de ano, os diretores não podem formar turmas e nem sequer podem requisitar professores. O final de ano letivo pode ser caótico e, se isto não for resolvido a tempo e horas, o arranque do próximo ano letivo pode estar em perigo”, alerta Filinto Lima.
Mário Nogueira, da Fenprof, desvaloriza os receios quanto aos exames nacionais. Mário Nogueira diz que nesta altura essa decisão não foi tomada.
“Neste momento ainda não decidimos. Se houver greve aos exames ela terá de ser decretada com dez dias úteis de antecedência, terá que ir ao colégio arbitral e, provavelmente, vai acontecer como o ano passado e não tem nenhum destaque”, sublinha o sindicalista.