07 jun, 2018 - 08:03
Vai ser possível trocar plástico usado por senhas de supermercado. Em entrevista à Renascença, o secretário de Estado do Ambiente diz que é um dos projetos-piloto a avançar já no próximo ano e que o Governo apresenta esta quinta-feira.
Vão ser instaladas unidades de recolha em pontos de grande venda de plásticos, como supermercados ou áreas de serviço. As embalagens são colocadas em máquinas, que as identificam e pesam, depois emitem senhas para descontar em compras.
“Gostaríamos de incentivar a questão voluntária nas grandes metrópoles, onde há grande áreas comerciais e onde poderíamos recolher grandes quantidades. Este é um projeto que gostaríamos que já pudesse ter alguma expressão no segundo semestre de 2019”, revela Carlos Martins.
O mesmo responsável revela outras ideias que quer aplicar: em vez de ter um plástico para a garrafa, outro para a tampa e outro para o rótulo, tudo deve ser reduzido a um único composto, para simplificar o tratamento dos resíduos; na restauração, o desafio é trazer de volta o vidro para as mesas, criar um guia de boas práticas e oferecer isenções fiscais a quem utilizar materiais reciclados.
Nestas declarações, o secretário de Estado do Ambiente antecipou o relatório do grupo de trabalho sobre plásticos, que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) torna público na Fundação Calouste Gulbenkian, esta quinta-feira.
Segundo o Eurostat, Portugal contribuiu para a fatura do desperdício de plástico global com 370 toneladas anuais - uma média de 31 quilos por pessoa. É um número acima da média europeia, mas muito longe dos países do Sudeste Asiático, nomeadamente da China.