08 jun, 2018 - 11:03
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Cerca de mil das seis mil aldeias identificadas nas zonas de risco de incêndio já têm planos de evacuação aprovados e testados. E “é um trabalho que vai ter de continuar”, garante o secretário de Estado da Proteção Civil.
“Sentimos que está a haver uma dinâmica fantástica, a exemplo daquela que aconteceu com a prevenção e as limpezas. No início, muitos diziam que era impossível limpar aquilo que não se limpou nos últimos 15/20 anos, mas foi possível limpar muito. Hoje podemos dizer, se calhar, que se fez muito mais do que aquilo que nós imaginávamos”, afirma.
Mas podemos dizer que está tudo pronto para a próxima época de incêndios? José Artur Neves diz que o Governo está a trabalhar nisso. No que respeita à prevenção junto das populações, “tudo estamos a fazer para que os cidadãos, em particular os que vivem em aldeias isoladas e com envolventes florestais de alta densidade, se saibam comportar perante o fogo”.
Esta sexta-feira, há novos exercícios para testar a capacidade de evacuação de aldeias. No Piódão, concelho de Arganil, o desafio é retirar as pessoas da aldeia e ainda os 40 alunos da secundária local que participam numa visita de estudo e são apanhados por este hipotético incêndio.
Na lista das localidades prioritárias em termos de planos de segurança constam cerca de 190 nomes. Seis mil são de aldeias.
É verdade que os meios aéreos foram muito caros?
De acordo com uma notícia divulgada pelo “Expresso” no último fim de semana, os meios aéreos adquiridos para o combate aos incêndios vão ficar 47%. O Governo apressou-se a desmentir, no próprio sábado (dia 2) e hoje o secretário de Estado da Proteção Civil explica melhor.
Em causa estão 28 helicópteros, dos quais “oito são helicópteros médios, com mais capacidade de transporte de água – cerca de 47% mais de água – em que o balde leva mais 350 litros do que o balde do helicóptero ligeiro”, começa por dizer.
“Além disso, esse helicóptero médio transporta mais três homens do que o helicóptero ligeiro, ou seja, a brigada helitransportada é de oito homens, quando o ligeiro [que sãos os outros helicópteros adquiridos] leva cinco homens e isso acrescenta muito ao dispositivo”, continua.
“Mas, mesmo assim, se compararmos esses 28 helicópteros incorporando os oito médios, o valor de adjudicação ficou 9,3% abaixo do melhor preço que tínhamos para os 28 helicópteros ligeiros e 21,3% menos do que as propostas mais altas desses 28 helicópteros ligeiros”, conclui José Artur Neves.
Segundo o semanário, os helicópteros adjudicados na semana passada por ajuste direto ficaram 47% mais caros que o preço que o Estado contava gastar.
A ausência de respostas para o valor previsto terá levado o Governo a rever o montante, tendo aberto novo concurso, com um valor-base de 7,85 milhões de euros por cada um dos dois anos (antes eram quase 6,4 milhões). “O valor elevado das propostas apresentadas levou o Governo a avançar para o ajuste direto”, escreve ainda o “Expresso”.