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Professores acusam Governo de mentir e mantêm reivindicação

15 jun, 2018 - 12:43

Docentes querem descongelamento do tempo integral das carreiras. Segunda-feira dão início a uma nova greve convocada pelos três sindicatos da classe.

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Os professores dizem que o Governo está a mentir e insistem que não há nada a negociar com o Ministério da Educação. Os 9 anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço que estão congelados desde 2005 devem ser integralmente repostos, insistem.

Foi esta a principal ideia transmitida esta sexta-feira pelo Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.), numa conferência de imprensa frente à escadaria da Assembleia da República, em Lisboa.

Terminou hoje a primeira de uma série de paralisações prometidas pelos docentes para o final do ano letivo corrente e para o início do próximo - uma primeira greve que, segundo aquele sindicato, atingiu um terço dos agrupamentos de escolas em todo o país.

Aos jornalistas, o dirigente do recém-fundado S.T.O.P. sublinhou que este protesto é para continuar e que os professores não estão disponíveis para negociar o tempo de serviço, apenas o faseamento da recuperação desse tempo.

"Admitimos toda a discussão em termos de como se vai processar o pagamento, se é em dois anos, se é em quatro, essa discussão pomos em cima da mesa, agora o tempo de serviço que nós trabalhámos? Que o próprio Ministério da Educação reconheceu em novembro, que assinou e agora volta atrás? Não pode ser", sublinhou André Pestana. "O exemplo que dá à sociedade - e se nós nada fizéssemos, [o exemplo] que dávamos aos nossos alunos e às nossas crianças - era que, perante o vale tudo, o roubo, a mentira, a chantagem, a intimidação - nós não fazemos nada? Os professores têm de dar esse exemplo de cidadania e estamos a dar e vamos continuar a dar a partir de dia 18 juntamente com os outros colegas dos outros sindicatos."

Confrontado com as declarações da ministra da presidência esta manhã, em entrevista à Antena 1, na qual Maria Manuel Leitão Marques falou num mal-entendido e garantiu que o Governo nunca se comprometeu a dar todo o tempo aos professores, o sindicalista voltou a desmentir o Executivo.

"Não houve aqui mal-entendidos, podem tentar usar uma narrativa ou tentar condicionar através de uma nova narrativa, mas nós somos professores, com o devido respeito. Respeitamos a sociedade, respeitamos o Ministério da Educação mas também temos de ter o mínimo de respeito da parte da tutela."

Tutela continua "disponível" para negociar

À hora da conferência de imprensa, o ministro da Educação garantia, dentro do Parlamento, que nunca fez chantagem com os professores durante a negociação do tempo de serviço congelado e garantiu que o Governo não é inflexível nem autoritário.

"São precisos dois para negociar", sublinhou Tiago Brandão Rodrigues no debate parlamentar, durante o qual deputados do PCP, do Bloco de Esquerda, do CDS-PP e do PSD criticaram a forma como este processo tem sido conduzido pela tutela.

"Não somos inflexíveis nem autoritários (...) Não somos intolerantes e em nenhum momento rompemos o diálogo", afirmou o ministro, defendendo que apresentou aos sindicatos uma proposta "razoável e sustentável no tempo". Da parte do seu Ministério, acrescentou, "existe vontade de negociar, mas para uma negociação, tal como no tango, são precisos dois. São precisos passos para negociar."
Comentários
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  • fanã
    15 jun, 2018 aveiro 17:09
    Sr. Antonio dos Santos. Tem razão na maioria que afirma e subscrevo . Portugal precisa de "SÉRIO", de Credibilidade, que a nossa classe Politica não demonstra . Para erradicar a incompetência em varias profissões, e sobretudo na função publica paga por nós contribuintes . Ainda está por inventar o detergente eficaz para limpar tantas nódoas !........... portanto podemos esperar sentados, o neuroléptico F.F.F, funciona e continuará a funcionar para a enorme maioria do Zé Povinho!
  • João Lopes
    15 jun, 2018 Viseu 16:17
    A situação social agrava-se em Portugal, em especial na Saúde a na Educação; os impostos indiretos vão de aumento em aumento; o governo social-comunista de Costa já não tem Passos Coelho para atribuir a culpa da sua péssima governação. O País não melhora com a verborreia e os malabarismos de António Costa…Já nem os parceiros comunistas do PCP e do BE que têm apoiado o Governo, estão com ele!
  • António dos Santos
    15 jun, 2018 Coimbra 14:04
    Há duas classes profissionais em Portugal, que são altamente privilegiadas, em relação às restantes. São os professores (em que a maioria são totalmente incompetentes e irresponsáveis. O resultado no final de cada ano, é expressivo do mau trabalho desenvolvido pelos professores.) e os médicos (que são os principais responsáveis pelas dificuldades financeiras da Segurança Social e ADSE e outras, ao emitirem baixas e atestados médicos falsos, bem com marcarem o ponto de manhã, à entrada e ao final do dia, saída, mas durante o dia não estão a trabalhar no seu local de trabalho, para o qual são pagos, por todo nós). Tudo isto é de conhecimento geral, mas os governos não têm coragem de agir. Outro problema grave do país, é ser o estado a pagar às direcções dos sindicatos, dos funcionários públicos, os ordenados, como se estivessem a trabalhar. Como podemos ver, a rotação desses dirigentes, não existes, porque os mesmos, são uma cambada de chulos (exemplo: Mário Nogueira, Avoila e etc.). O Governo tem que parar com os escalões, mas sim, aplicar o mérito, tendo para isso, substituir todos os quadros da função pública, superiores e intermédios, que não têm capacidade, para dar o salto, porque são incompetentes, porque chegaram e esses lugares, não pela qualidade, mas sim, por cunha.

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