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Nova greve de professores às avaliações arranca hoje e pode durar um mês

18 jun, 2018 - 06:46

"Não pode apagar aos professores o tempo em que estiveram a trabalhar", lembra a Fenprof, uma das dez estruturas sindicais que convocam a paralisação que hoje se inicia.

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Os professores começam, esta segunda-feira, nova greve às avaliações com a contagem integral do tempo de serviço congelado como "questão central", alertando o Governo que sem respostas esta não será uma paralisação só de um dia ou de uma semana.

"Até 13 de julho já entraram no Ministério da Educação (ME) pré-avisos de greve, estamos a falar, portanto, de uma greve que já tem pré-avisos para um mês. Portanto, acho que a dureza desta forma de luta, mas também a convicção com os que professores entram nela e a determinação com que estão, vai levar a que o Governo tenha que, de facto - e é uma pena que seja assim - reconhecer que não pode apagar aos professores o tempo em que estiveram a trabalhar", disse à agência Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.

A Fenprof é uma das dez estruturas sindicais que convocam a paralisação que hoje se inicia, que já tem pré-avisos entregues até meio do próximo mês, e que se vai realizar de forma intermitente, ou seja, com pré-avisos diários, o que significa que os professores podem decidir fazer greve num dia e não noutro.

Isto, porque a greve às avaliações tem por objetivo paralisar as reuniões de conselho de turma, que precisam da presença de todos os docentes para que se realizem e as notas dos alunos possam ser lançadas, bastando uma ausência para que o encontro tenha que ser reagendado.

O Ministério da Educação tentou, ainda na greve convocada isoladamente pelo Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P.), condicionar os efeitos práticos deste tipo de greve, distribuindo às escolas orientações que procuravam esvaziar a paralisação que decorreu entre 4 e 15 de junho, e que os sindicatos vieram contestar, inclusivamente pela via judicial, acusando a tutela de cometer uma ilegalidade e de violar o direito à greve.

Indignação é “muito grande”

Depois de várias declarações públicas - incluindo do secretário de Estado da Educação, a reafirmar a legalidade das orientações, e dos sindicatos, a alertar diretores para a possibilidade de incorrerem em processos disciplinares se as acatassem - a expectativa de Mário Nogueira em relação à greve que hoje se inicia é de que será "uma grande greve, com uma grande adesão dos professores".

Apesar de hoje ser dia de exame nacional para o ensino secundário, com a prova de Filosofia marcada para as 9h30, os sindicatos acreditam que sobretudo na parte da tarde "praticamente todas as reuniões de avaliação irão ser afetadas, porque a indignação dos professores é muito grande".

"Depois do que se passou nestes últimos dias, ainda na passada sexta-feira as declarações do senhor ministro da Educação na Assembleia da República, muitos dos comentários que se foram ouvindo, gente com responsabilidade política sobre uma alegada situação de privilégio dos professores, acho, sinceramente, que os professores estão a ser desrespeitados, discriminados, que estão a ser tratados de uma forma que é injusta. A perspetiva que temos é de uma greve muito grande", disse Mário Nogueira.

A criação de um regime especial de aposentação, horários de trabalho de 35 horas e a resolução do "problema grave" de precariedade que também afeta os professores estão na lista de reivindicações dos docentes, mas a "questão central" é a contagem integral do tempo de serviço congelado.

"Sabemos que não será fácil que o Governo venha a compreender que o que pode negociar é apenas o prazo e o modo de recuperação, e não o tempo a recuperar, mas também não será fácil parar a luta dos professores, parar esta greve", disse o dirigente da Fenprof.

A greve às avaliações decorre entre hoje e 13 de julho, incidindo apenas sobre os conselhos de turma, as reuniões para atribuição de notas aos alunos e que permitem encerrar o ano letivo.

Comentários
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  • António dos Santos
    18 jun, 2018 Coimbra 16:08
    Os professores não têm um pingo de vergonha. Que são eles, mais do que os outros, que também viram os seus direitos congelados e não foram ressarcidos? Se ainda, fossem uma classe reconhecida com qualidade, mas não, pois a maioria, nem tem o mínimo que qualidade para exercer a profissão. São uns autênticos abortos. Deviam ser levados a tribunal.
  • Jorge
    18 jun, 2018 Seixal 12:38
    Agora fazem greve porque querem a contagem integral do tempo de serviço congelado, no início do ano letivo nova greve para trabalharem apenas 35 horas por semanal, no Natal outra greve para resolver o grave problema da precaridade, no fim do ano mais uma greve para terem um novo regime especial de aposentação. Convoquem as greves de preferência para as sextas ou segundas, dão sempre jeito os fim de semana prolongados. Não há problema, em 2019 aumenta-se novamente o imposto sobre os combustíveis ou o IVA para estes senhores terem uma vida regalada à custa dos contribuintes. Os professores, são das classes trabalhadoras do estado mais bem pagos, mas nunca estão satisfeitos, estão constantemente a revindicar mais mordomias, mais dinheiro e menos horas de trabalho, sem reflexo nenhum no aproveitamento escolar dos alunos. Tenham vergonha.
  • Petervlg
    18 jun, 2018 Trofa 08:45
    Deviam fazer greve ao inicio do ano lectivo, pois o governo, gosta de se "armar" que arrancou tudo bem o governo prometeu, cumpra.

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