19 jun, 2018 - 12:44
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O ministro da saúde garante diz que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é hoje mais sustentável do que há um, dois ou três anos. É a reação ao relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, segundo o qual os hospitais “estão à beira de um ataque de nervos”.
“Vi, com muita graça, uma capa muito espirituosa que dizia que os hospitais estavam à beira de um ataque de nervos. Os hospitais não têm sistema nervoso. Naturalmente, serão os dirigentes que estarão à beira de um ataque de nervos. Como eu os compreendo!”, começa por dizer, esta terça-feira, aos jornalistas precisamente no final da apresentação do estudo.
“Imaginem, se estão agora num estado de ataque de nervos, como estariam em 2012, com menos 700 milhões de transferências correntes e com menos mil milhões de dotação de reforço de capital estatutário e com menos oito mil profissionais. Só que, nessa altura, os nervos tinham uma tolerância diferente do que têm hoje”, remata.
O documento hoje divulgado aponta várias lacunas, falhas estruturais nos cuidados continuados (um sector prioritário para o Governo) e desconhecimento face ao número de profissionais que repartem serviço entre os setores público e privado.
“O relatório não é uma fotografia, é um filme. E quando analisamos a fotografia, é preciso ver como estava há um ano, há dois, há três e há quatro. O que é facto é que hoje 93% dos portugueses têm médico de família. Quando chegámos ao Governo eram 89%. O objetivo é chegarmos 100% no final da legislatura”, destaca.
Adalberto Campos Fernandes reconhece que não existe ainda, “no interior, o número de médicos e de profissionais de saúde que precisamos, mas temos mais do que tínhamos há um ano, há dois e há três”.
O ministro realça o “exercício de humildade” que o Governo tem feito “de dizer aos portugueses que as dificuldades existem, que temos consciência – como o relatório aliás tem na capa – de que apenas meio caminho está andado” e que “é preciso andá-lo, mas com passos seguros”.
É impossível resolver em dois anos os problemas acumulados no setor, refere. Como "sempre tem dito", o Governo que está a trabalhar "ao ritmo que o país permite", acrescenta.
"Gostaríamos de resolver em dois anos os problemas acumulados há oito ou nove anos, mas não conseguimos, é impossível. Estamos a fazê-lo, com prudência", finalizou.
Segundo o relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, os hospitais públicos ainda não saíram da crise económica.
O Observatório é constituído por uma rede de investigadores e instituições académicas dedicadas ao estudo dos sistemas de saúde.