02 jul, 2018 - 11:44
O presidente da Câmara de Viseu vê com desconfiança a apresentação de mais um plano de requalificação do IP3. Em declarações à Renascença, Almeida Henrique lembra que esta será a terceira vez que vai assistir a um lançamento de reestruturação da via.
“No tempo do engenheiro Sócrates fui a Mortágua e depois com uma repetição em Viseu em que se lançava o IP3. Depois já no final do mandato do Dr. Pedro Passos Coelho praticamente no mesmo sítio onde irei hoje, ali junto a Santa Comba, era também apresentada a Via dos Duques, portanto, a autoestrada Viseu-Coimbra. Agora será a terceira vez, ainda por cima ali no nó da Raiva… Espero não ficar com raiva porque mais uma vez vão avançar com a autoestrada”, diz.
Ainda assim, Almeida Henriques admite “prefirir ter isto do que não ter nada”.
O IP3, a estrada que liga Coimbra a Viseu, é considerada das mais perigosas do país. Mais de 200 pessoas já morreram naquele troço rodoviário construído há cerca de 30 anos.
Se tudo correr com o previsto, em 2022 a estrada deverá estar duplicada em quase todo o percurso, quase como uma autoestrada e sem portagem.
Mais otimista está o representante da Associação de Utentes e Sobreviventes do IP3.
“É esta a obra que a gente quer ver arranjada já que, ao longo dos últimos 20 anos, não tem sofrido grandes melhoramentos, os acidentes continuam e queremos ver isto, de facto, resolvido”, diz Avelino Mesquita.
A cerimónia desta sexta-feira prevê o lançamento dos concursos de empreitada para a reabilitação do IP3 entre o nó de Penacova e a Ponte do Rio Dão, e para o Projeto de Execução para Duplicação do IP3 entre Coimbra e Viseu. A obra está orçada em 134 milhões de euros.