04 jul, 2018 - 09:02
O ministro da Ciência e do Ensino Superior garante que o processo de vinculação de bolseiros está em curso, mas admite que está a ser demorado, o que assume como normal.
Convidado na Manhã da Renascença, Manuel Heitor avança que já foram contratados perto de dois mil bolseiros através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que nesta altura decorrem avaliações de mais candidaturas para 500 vagas.
Já quanto ao programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública (PREVPAP), o ministro reconhece que é preciso ter paciência, porque “é um processo que tem de ser visto caso a caso e, quer às vezes as instituições quer às vezes as próprias organizações sindicais, têm pedido para estudar processos”.
No âmbito do PREVPAP, Manuel Heitor anunciou que já entraram na função pública 50 investigadores e 1.100 trabalhadores em carreiras gerais.
São explicações que surgem no dia em que os bolseiros voltam aos protestos em Lisboa, junto ao Centro de Congressos onde hoje termina o encontro “Ciência 2018” com a presença do Presidente da República.
A Renascença esteve no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, onde falou com Dulce Belo, uma bolseira na categoria de cientista convidada e professora.
Aos 46 anos e com dois filhos, a investigadora refere a dificuldade que os precários têm em comprar casa, “porque os bancos não emprestam dinheiro a pessoas que têm bolsas”, e lamenta a reforma a que um dia terão direito.
“Descontamos um seguro social voluntário que tem por base o ordenado mínimo. Trabalhamos a vida inteira como doutorados, pessoas altamente especializadas, e se um dia nos quisermos reformar vamos receber uma reforma como se tivesse descontado o ordenado mínimo nacional”, explica.