Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Idosos portugueses são dos menos saudáveis da Europa

16 jul, 2018 - 13:28

Portugueses com mais de 70 anos surgem atrás dos suíços, austríacos, alemães e franceses no maior estudo europeu sobre envelhecimento.

A+ / A-

Um estudo europeu sobre envelhecimento apresentado esta segunda-feira aponta os idosos portugueses como menos saudáveis que os de outros países do continente.

No DO-HEALTH, o maior estudo europeu sobre envelhecimento na Europa divulgado hoje pela Universidade de Coimbra, apenas 9% dos idosos de Portugal é considerado saudável "à primeira vista clínica", um valor muito inferior aos dos outros países europeus considerados na análise.

Os resultados preliminares do estudo, que procura formas de melhorar a saúde dos idosos com mais de 70 anos na Europa, apontam que, numa primeira análise clínica, “51% dos idosos são considerados saudáveis na Suíça, 58% na Áustria, 38% na Alemanha, 37% em França e apenas 9% em Portugal", num universo de 2.157 casos analisados.

Em declarações à Renascença, o coordenador português deste estudo, José António Pereira da Silva, aponta as razões que explicam estes dados. “Uma das principais razões prende-se com as condições gerais de habitação, educação e de acesso aos cuidados de saúde. Apesar de termos um Serviço Nacional de Saúde ao nível dos melhores do mundo, naturalmente estes fatores dificultam a recolha de benefícios dos cuidados de saúde, particularmente entre os idosos”.

Os investigadores do projeto, que foi iniciado em 2012 e que é coordenado por Heike Bischoff-Ferrari, professora da Universidade de Zurique, consideram “idosos saudáveis os seniores que não apresentam doenças crónicas e que têm uma boa saúde física e mental”.

Ao longo de três anos de ensaios clínicos, foi pedido aos participantes que cumprissem, “três vezes por semana, um plano de exercício simples em casa e tomassem diariamente suplementos de vitamina D e/ou ácidos gordos ómega 3 e/ou placebo”, para avaliar o efeito da vitamina D, do ómega 3 e do exercício físico na saúde cognitiva e física dos idosos.

Como melhorar estes números?

Sobre o facto de Portugal apresentar níveis de saúde inferiores aos observados nos outros seis países participantes, o coordenador e investigador da FMUC afirma que os resultados “não surpreendem, mas preocupam” e apela à implementação de estratégias que possibilitem aos mais velhos terem uma vida mais ativa e saudável.

Neste ponto, a família desempenha um papel fundamental para a mudança. “É necessário potenciar o apoio que a família pode dar à promoção da saúde do idoso e não apenas aos cuidados quando ele está doente.”

Para a implementação do DO-HEALTH em Portugal, foi criado um centro dedicado ao estudo na FMUC, que implicou um financiamento da UC na ordem dos 200 mil euros de um orçamento de 800 mil contabilizando a contribuição da União Europeia. No total, foram investidos 17,6 milhões de euros para concretizar o estudo em todos os países.

A equipa da UC, constituída por três enfermeiros, quatro médicos, dois fisioterapeutas e uma farmacêutica, recrutou e seguiu 301 idosos da região de Coimbra, que perfizeram três consultas anuais e nove contactos telefónicos trimestrais.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • fanã
    16 jul, 2018 aveiro 19:14
    Quimicamente assistidos é verdade que vivemos mais uns Anitos . Mas virer saudavelmente , é outra questão, é evidente que se vive mais mas menos em boa Saúde, tendo em conta que a Saúde e o bem estar Físico, Psicológico e Social . Isso para que seja possível tem um custo que na maioria dos casos desta população de Idosos não pode assumir. O problema é conhecido, e não são as migalhas e esmolas dadas por os sucessivos Governos que permitem por ex .... pagar as necessidades mais básicas da vida do dia a dia !... em muitos casos ou se come ou se compram medicamentos por ex !!!
  • 16 jul, 2018 aldeia 16:57
    É GIRO..... como abordam esta questão, os velhos em Portugal mal têm dinheiro para comer quanto mais para a sua saúde.

Destaques V+