16 jul, 2018 - 18:22
O ex-ministro da Economia Manuel Pinho vai ser interrogado na terça-feira, às 10h00 da manhã, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em Lisboa, no mesmo dia em que vai ser ouvido na comissão de Economia, no Parlamento.
O advogado Ricardo Sá Fernandes adiantou à agência Lusa que a audição de Manuel Pinho na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas já estava agendada há algum tempo e que o Ministério Público decidiu marcar este interrogatório "de supetão".
Assim, o ex-ministro da Economia de José Sócrates estará na terça-feira de manhã, às 10h00, no DCIAP e às 15h00 no parlamento.
De acordo com o advogado, a chegada de Manuel Pinho a Lisboa está prevista para esta segunda-feira, devendo Sá Fernandes encontrar-se com o seu cliente até ao final do dia.
Em 29 de junho, o deputado Hélder Amaral, que preside à comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, revelou que a data da audição de Manuel Pinho nesta comissão foi combinada entre as partes e na sequência de um requerimento do PSD, votado favoravelmente em 2 de maio.
Com a abstenção do Bloco de Esquerda (BE), o documento dos sociais-democratas foi aprovado para que o antigo governante possa "esclarecer cabalmente" decisões tomadas enquanto esteve no governo, nomeadamente no setor energético, e o alegado relacionamento com o Grupo Espírito Santo (GES), segundo "suspeitas que têm vindo a público".
Em maio, em comunicado, o advogado de Manuel Pinho, Ricardo Sá Fernandes, revelou que o ex-ministro, que deixou de ser arguido no caso EDP, estaria disposto a prestar "todos os esclarecimentos" aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público.
Em 19 de abril, o jornal 'online' Observador noticiou as suspeitas de Manuel Pinho ter recebido, de uma empresa do GES, entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros.
Os pagamentos, de acordo com o jornal, terão sido realizados a "uma nova sociedade 'offshore' descoberta a Manuel Pinho, chamada Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises - também ela uma empresa 'offshore' sediada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e que costuma ser designada como o 'saco azul' do Grupo Espírito Santo".