18 jul, 2018 - 12:58
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse, esta quarta-feira, que o Governo terá condições para decidir sobre a mudança do Infarmed para o Porto "a curto prazo". Ainda assim, uma eventual mudança nunca acontecerá antes de 2019, garantiu o governante.
"Alguns aspetos estão a ser aprofundados" na análise da eventual deslocalização do Infarmed para o Porto e "teremos condições para uma decisão a curto prazo", disse Campos Fernandes, perante a comissão parlamentar da Saúde, sobre o anúncio da mudança do Infarmed para o Porto, avançada em novembro de 2017 e que tem suscitado várias críticas e a oposição dos trabalhadores, assim como da presidente da autoridade do medicamento.
A decisão terá em conta o relatório do grupo de trabalho acerca do assunto, a estabilidade da atividade da entidade, assim como as condições de trabalho dos funcionários, apontou.
No final de junho, o ministro da Saúde comprometeu-se a acelerar o processo de deslocalização, tendo Adalberto Campos Fernandes garantido na altura que a mudança para o Porto deverá acontecer em janeiro de 2019.
Questionado pelos deputados, nomeadamente Ricardo Baptista Leite, do PSD, acerca das declarações da presidente do Infarmed, na terça-feira, na comissão de Saúde, Adalberto Campos Fernandes salientou ser um "exagero".
Quando se fala da ameaça da saúde pública nacional e mundial, "estamos no domínio do manifesto exagero", defendeu.
Maria do Céu Machado alertou que uma deslocalização da instituição pode ser uma "ameaça à saúde pública" em Portugal e também no mundo.
Na sequência da decisão do ministro da Saúde de deslocalizar a autoridade do medicamento para o Porto, e da polémica daí decorrente, foi pedido um relatório a um grupo de trabalho que entregou as conclusões no final de junho.
Adalberto Campos Fernandes considerou ainda "insultuosa" a ideia de que existe um "pacto secreto ou uma combinação não explícita" com o presidente da Câmara Municipal do Porto para levar o Infarmed para a Invicta.
Rui Moreira "tem tido um comportamento político e pessoal irreprensível", garantiu. "Ele [Rui Moreira] tem a sua opção, tem a sua vontade e tem o seu desejo. Nunca coagiu o Governo a nada, nem nunca fez com o Governo nenhuma combinação", rematou.