24 jul, 2018 - 14:00 • João Carlos Malta
Quantos voos serão cancelados?
A companhia aérea Ryanair prevê cancelar até 300 voos diários na quarta e quinta-feiras, dias 25 e 26 de julho, num total de 600 ligações. Nesses dois dias, a Ryanair deverá operar 2.400 ligações.
Qual o número de passageiros que serão afetados?
Serão cerca de 50 mil passageiros, 12% do total de clientes que a companhia vai transportar nesses dois dias.
Qual o impacto em Portugal?
Segundo um comunicado da companhia aérea irlandesa, os cancelamentos podem envolver até 50 dos mais de 180 voos diários operados pela Ryanair de e para Portugal (27% do total).
E nos outros países em greve?
Em Espanha podem ser cancelados até 200 dos mais de 830 voos diários (24%) e na Bélgica serão suspensos até 50 dos 160 voos diários (31%).
O que podem fazer os passageiros?
A Ryanair anunciou que enviou emails e mensagens SMS para cerca de 50 mil clientes com viagens marcadas de ou para Portugal, Espanha e Bélgica para os notificar do cancelamento dos voos com uma semana de antecedência.
Os passageiros afetados podem solicitar o reembolso total do valor dos seus voos, ou o reagendamento dos voos nos sete dias antes da greve ou depois da greve.
"A Ryanair pede as mais sinceras desculpas aos clientes afetados por estas perturbações, as quais tentámos a todo o custo evitar", afirmou Kenny Jacobs, diretor de marketing da companhia irlandesa, citado no comunicado.
Há queixas dos clientes?
Logo a seguir ao anúncio da empresa, muitos clientes recorreram à conta de Twitter da empresa irlandesa para mostrar o desagrado pelo call center não atender às chamadas.
Qual o motivo da greve?
Os sindicatos exigem três coisas: a aplicação da lei laboral de cada país, como está consignado no regulamento da União Europeia; reconhecimento os representantes do sindicato como interlocutores básicos; aplicação a todos os trabalhadores que operam nos seus aviões, incluindo os que são de outras companhias como a Crewlink ou a Workforce, os mesmos termos e condições de trabalho.
Ryanair to cancel up to 300 of 2,400 daily flights next Wed 25 and Thurs 26 to minimise disruption to customers from unnecessary strikes by some cabin crew in Belgium, Portugal and Spain: pic.twitter.com/qTsmq3lCPI
— Ryanair (@Ryanair) July 18, 2018
O que contra-argumenta a empresa?
A Ryanair afirma que o pessoal de cabine aufere salários excelentes -- até 40.000 euros por ano (em países com elevado índice de desemprego jovem), mais do que o salário médio desses países.
Refere ainda que pratica horários líderes de indústria (14 dias de folga por mês), 900 horas por ano, ótimas comissões por vendas, subsídio de uniforme e de custos acidentais de 400 euros ano e baixa de doença paga.
“Estas greves são completamente injustificadas e apenas resultarão em perturbações a férias de famílias, beneficiando as companhias aéreas concorrentes em Portugal, Espanha e Bélgica", considerou Kenny Jacobs, diretor de marketing da Ryanair.
A empresa diz ainda que a tripulação recebe formação gratuita, e os novos recrutas têm uma avença de 750 euros.
Há polémica em relação à forma como a Ryanair reage à greve?
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusou a companhia aérea Ryanair de "coagir" tripulantes em Portugal, Itália, Espanha e Bélgica ao querer saber se participam na greve.
Os tripulantes estão a receber um email pessoal em que lhes é questionado se estão ou não escalados para trabalhar a 25 e 26 deste mês, e no caso de não responderem é-lhes dito que irão receber um email pessoal a pedir que respondam.
Já na primeira greve, em abril deste ano, os sindicatos acusaram a companhia irlandesa de terem recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de abril.