28 jul, 2018 - 17:20
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG) garante que os veículos de combate a incêndios rurais “têm problemas” que colocam em causa a segurança dos próprios guardas, e que por isso "estão parados".
"A ordem é para que os carros estejam parados, para que se repare a moto-bomba, porque é inferior à que estava no caderno de encargos", disse o presidente da APG, César Nogueira, à Renascença, contrariando assim o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, que garantiu este sábado que os veículos estavam "operacionais".
Cesar Nogueira desconhece o número de veículos que estão parados, mas garante que o problema detetado põe em causa a segurança dos próprios guardas que os usam.
"É uma moto-bomba que não tem pressão suficiente para que os profissionais combatam o fogo a uma distância maior. A nível de segurança é mais fácil estarmos em perigo, porque estamos mais próximos do fogo", explica.
O líder da APG contraria a versão do secretário de Estado da Proteção Civil, que, numa reação à notícia publicada pelo jornal Expresso, segundo a qual dezenas das novas viaturas ligeiras ao serviço do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR estão com anomalias.
"Os veículos estão operacionais e estão no terreno (...) e, portanto, estão a funcionar em pleno. Os contratos que foram estabelecidos entre o Estado através da entidade de contratação pública e os cadernos de encargos elaborados pela GNR, naturalmente que foram cumpridos no contrato que foi estabelecido", disse o secretário de Estado da Proteção Civil.
"Se há um pormenor ou outro [que] não esteja em condições, naturalmente que é assumido pela entidade contratada. Não temos dúvida nenhuma quanto a isso. Contudo, importa esclarecer: todos os veículos estão operacionais, nenhum está inoperacional", acrescentou ainda.
PDS e CDS falam em problema "preocupante"
O CDS-PP considerou hoje “graves e preocupantes” as anomalias nas novas viaturas de combate a incêndios da GNR, avançando que são “mais uma prova da forma incompetente” como o Governo geriu esta época de fogos.
“Estes factos são graves e preocupantes porque são mais uma prova da forma incompetente como o Governo geriu esta época de incêndios", disse à agência Lusa o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães.
Por sua vez, o PSD pediu ao Ministério da Administração Interna (MAI) esclarecimentos sobre as anomalias nas viaturas de combate aos incêndios da GNR, denunciado que esta situação também foi detectada nos veículos novos da Força Especial de Bombeiros (FEB)
"O PSD quer que o ministro Eduardo Cabrita venha esclarecer tudo. Vamos incluir um conjunto de perguntas ao Governo sobre esta matéria e queremos saber qual o ponto de situação destas viaturas e qual a sua capacidade", disse à agência Lusa o deputado do PSD Duarte Marques.