30 jul, 2018 - 18:51
A inversão brusca nas condições climatéricas, com a subida acentuada das temperaturas a partir de quarta-feira, pode trazer ocorrências de incêndios florestais significativas, alerta a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Devido às previsões para os próximos dias foi decretada a subida do nível de alerta especial dos meios, humanos e materiais disponíveis.
“Até aqui, estivemos num período meteorológico atípico para esta altura do ano. Vamos ter uma inversão um pouco brusca, pelo que é espectável que passemos a ter um cenário em que, a haver incêndios florestais, podem ganhar outro tipo de proporções”, disse Patrícia Gaspar, 2.ª Comandante Nacional Operacional, em conferência de imprensa na sede da ANPC.
“Nesse sentido decretámos, até amanhã ao final do dia, a elevação do nível de alerta especial para o dispositivo especial de combate a incêndios rurais, sendo que temos todos os distritos do interior Norte, Centro e Sul do país em alerta amarelo”, sublinha.
Patrícia Gaspar deixou ainda um alerta aos portugueses: evitem a todo o custo a utilização do fogo, porque quanto menos ignições houver melhor responderá o dispositivo de combate a incêndios.
O Governo garante que este será o maior dispositivo de sempre no combate aos incêndios, numa semana que deverá ficar marcada por uma vaga de calor, já que em alguns locais do país se esperam, a partir de quarta-feira, temperaturas acima próximas dos 40 graus.
Por essa razão, nove distritos de Portugal continental - Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Setúbal, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga - vão estar a partir de quarta-feira e até à madrugada de quinta-feira em alerta laranja, o segundo mais grave, por causa do calor.
Nuno Moreira, chefe da Divisão de Previsão Meteorológica do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), sublinha que os valores que se esperam são superiores aos normais para a época, o que não quer dizer que seja a primeira vez que se verificam.
“Temos valores acima dos 40 graus, que em alguns sítios poderão chegar aos 45 graus. Para esses locais estão muito acima do habitual. Este tipo de situações não é uma novidade e enquadra-se numa das situações de onda de calor, que poderá vir a ocorrer e em alguns locais poderá aproximar-se dos máximos históricos”, admitiu Nuno Moreira.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) também marcou presença nesta conferência de imprensa conjunta e deixou o aviso: as poeiras do Norte de África, em particular nas zonas mais a Sul, podem provocar problemas.
De resto, recomenda as habituais formas de autoproteção: procurar ambientes frescos, climatizados, casas arrefecidas, fechar estores e tentar não aquecer a casa como por exemplo ao ligar fornos.