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Uma nova geração de emigrantes entra hoje por Vilar Formoso

30 jul, 2018 - 10:00 • Liliana Carona

"O 'tu vas tomber, Michel' faz parte, tem um fundo de verdade, mas não é só isso. A maioria são jovens formados, que estudaram. Já não são só os emigrantes que ouvem música pimba."

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Tony, 49 anos, já há muito tempo que não ouve o seu homónimo durante as cíclicas viagens de regresso a Portugal “Nem Tony Carreira nem outros. Assim que eu gostava, mas eles vêm a conduzir, eu não tenho voto na matéria”, sorri o pai de Dylan e Kevin, que assumem o controlo do carro e da música. “É um rap francês”, mostram. “Antigamente, a gente gostava mais de Portugal. Eles já não sentem tanto”, interrompe Tony.

Vão a caminho da Figueira da Foz, depois de um ano de trabalho numa vidraria. "Venho fazer férias, praia, compras”, revela, acrescentando que amigos em Portugal são poucos. “Os amigos estão na Suíça. Aqui, só família", esclarece Kelvin.

Mas, antes da chegada ao destino, têm que passar na fronteira em Vilar Formoso. À sua espera está uma campanha de sensibilização “Sécur’Eté 2018: Verão em Portugal”, promovida pela associação de jovens lusodescendentes Cap Magellan. É a única entidade a ter autorizações legais e coordenada com a GNR.

Luciana Gouveia, de Vieira de Leiria, 33 anos, é a responsável da maior associação de lusodescendentes em frança. Organiza a 16.ª edição de campanha rodoviária “Sécur’Eté 2018: Verão em Portugal” com 150 voluntários no terreno, ações em discotecas, prevenção ao álcool, campanhas em todas as fronteiras durante as duas primeiras semanas de agosto. “Não falamos em sócios, somos um mil folhas. Temos um site e uma revista mensal com 5 mil assinantes, além do departamento de estágios e empregos”, conta.

O objetivo da maior associação de lusodescendentes em França, criada em 1991, passa por dizer “adieu” aos clichés. “Magelan para demonstrar que Magalhães é português e Cap, significa cabo, destino, e quando foi criada, o slogan era “Portugal sem clichés”.

O objetivo inicial era demonstrar que Portugal não é só folclore, fado e futebol. "Não renegamos essa parte, mas mostramos que Portugal não é só isso”, assume. Como é o emigrante de hoje? "O 'tu vas tomber, Michel' faz parte, tem um fundo de verdade, mas não é só isso. A maioria são jovens formados, que estudaram. Já não são só os emigrantes que ouvem música pimba”, explica.

A coordenadora desta associação vive em Paris. Luciana Gouveia, faz um resumo da sua história de vida. “Vivo em Paris, fui com 5 anos para França, e regressei aos 15 para fazer o secundário e a licenciatura em Portugal. E voltei para Paris para fazer o Mestrado em Relações Internacionais, e por lá fiquei”, recorda.

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