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Sem foguetes, empresas de pirotecnia dizem-se em risco e falam em eleitoralismo

20 ago, 2018 - 06:31

Presidente de associação do setor diz que a proibição de fogo-de-artifício é “desprovida de qualquer sentido prático”. Entre julho e setembro estavam previsto mais de 5.000 espetáculos com foguetes.

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A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) insurgiu-se contra a medida preventiva decretada pelo Governo de proibir os espetáculos de fogo-de-artifício e outros do género, acusando o executivo de eleitoralismo.

"Estamos ao lado do Governo, das autoridades e das populações no que diz respeito ao cumprimento cabal de todas as normas de segurança deste tipo de eventos, mas não podemos deixar de demonstrar a nossa indignação perante medidas avulsas que parecem ter uma base ou uma preocupação meramente eleitoralista", lê-se em comunicado.

O presidente da ANEPE, David Costa, declarou mesmo que, "tal como aconteceu no ano passado, o Governo volta a impor uma medida novamente desprovida de qualquer sentido prático, que se limita simplesmente a proibir sem ter em conta qualquer tipo de critério e sem informar previamente os representantes do setor".

"Já existe um decreto-lei que restringe a utilização do fogo-de-artifício ou de qualquer outro material pirotécnico em zonas florestais, e que é respeitado pelas empresas do setor, não fazendo qualquer sentido generalizar a proibição quando existem zonas seguras, onde o risco é inexistente", insistiu.

Segundo a ANEPE, "no início deste mês, no fim de semana de 4 e 5 de agosto, a proibição do uso de pirotecnia esteve novamente em vigor e as consequências são imensas e irrecuperáveis", pois "há 40 empresas em risco de falência, que representam centenas de postos de trabalho".

"Entre os meses de julho e setembro estão previstos mais de 5.000 espetáculos com recurso a material pirotécnico. A proibição de grande parte destes eventos coloca já em risco de falência 40 empresas, num setor que emprega 5.000 pessoas e que já perdeu, no último mês, cinco milhões de euros", sublinha a ANEPE, acrescentando que "os meses de julho e agosto representam 70% do volume de negócio das empresas do setor".

No domingo, o Governo esclareceu que, até quarta-feira, data até à qual vigora o alerta vermelho devido ao risco de incêndio em sete distritos, se mantém a proibição do uso de fogo-de-artifício.

A situação de alerta foi declarada por despacho do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na sexta-feira, para os distritos de Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

O Governo manifesta ainda na mesma nota que respeita as "tradições do país, mas a situação de alerta que se vive no continente, com sete distritos em alerta vermelho, obriga a um cuidado e a uma atenção acrescidos por parte de todos".

Comentários
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  • Jorge
    20 ago, 2018 Seixal 18:06
    Tanta imbecilidade por estes locais....
  • Lopes
    20 ago, 2018 Local 12:55
    Risco máximo de incêndio????? O que é isso? O que eles querem dizer é que a probabilidade de ocorrer um incêndio é elevada. Nesse caso os bombeiros têm que estar em alerta, de resto as pessoas têm que continuar com as suas vidas. Andam agora com moralismos. Um vida?? E as mais de cem que morreram no ano passado, também foi por culpa do fogo de artifício ou dos balões do S. João?? Sr Kostov tenha vergonha na cara e deixe de ser pantomineiro! Chega de fanfarronice, quando são lançados foguetes há sempre uma equipa de bombeiros preparada para qualquer eventualidade! É uma demagogia é um descaramento deitar culpado aos foguetes porque toda a gente sabe que os incêndios que se tornam incontroláveis têm início em locais recônditos e com múltiplas ignições! Se por causa de um foguete tivesse início um incêndio, com grande facilidade os bombeiros o apagariam, a não ser que fizessem de propósito em não o apagar. O que o Kostov quer é outra coisa. O que ele quer é apertar o garrote do autoritarismo, trazer o povinho com rédea curta e passar as culpas das políticas de austeridade encapotada e manhosa com que ele tem brindado os artolas que votaram nele! Somos governados por trapaceiros e salteadores, e isso ainda não chega para abrirem a pestana? Quantos maneis e quantos figueiredos andam a ser enganados à grande e à matrioska!
  • Manuel Figueiredo
    20 ago, 2018 Póvoa de Varzim 09:46
    Risco MÁXIMO de perigo de incêndios! Ainda será pouco? E se por um (um que seja) foguete nascer um incêndio florestal? Isso não importa? E se daí houver uma vítima mortal, ou centenas, isso não importa? Haja juízo, bom senso e deixem a estupidez de lado, já que as declarações não são nada abonatórias.

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