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“Processo atabalhoado”. ZERO envia queixa a Bruxelas sobre aeroporto no Montijo

21 ago, 2018 - 07:36

Associação ambientalista alerta para a falta de avaliação ambiental estratégica face à dimensão e impacto do projeto.

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A falta de uma avaliação estratégica ambiental motiva a queixa que a associação ambientalista ZERO enviou à Comissão Europeia contra o Estado Português por causa da construção do novo aeroporto no Montijo.

“É um processo atabalhoado e apressado”, que não cumpre a legislação, disse à Renascença Carla Graça, da ZERO.

“Aquilo que ajuda a fundamentar o nosso entendimento são as declarações do ministro do Planeamento a indicar que as obras vão começar no início do próximo ano, quando a avaliação ambiental nem sequer decorreu. Foi entregue um estudo que vai ser devolvido, sendo necessária uma reformulação, pois existem questões críticas que não estavam desenvolvidas”, explica.

"Desde o início do ano passado" que a associação tem vindo a alertar as autoridades competentes para a necessidade de se proceder a uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), em vez de uma Avaliação de Impacto Ambiental, que considera "muito mais limitada".

Para a ZERO, a localização do novo aeroporto deve ser avaliada tendo em conta "outras alternativas", justificando o "prosseguimento ou não de outras possibilidades viáveis", assim como equacionados todos os cenários prospetivos possíveis. "Apenas uma Avaliação Ambiental Estratégica pode realizar a avaliação exaustiva e rigorosa que um projeto com impacto para os próximos 40 anos impõe", explicou.

A dimensão e o seu impacto

A associação diz ainda que a tipologia deste projeto tem características que obrigam a uma Avaliação Ambiental Estratégica, de acordo com a legislação nacional e europeia.

Uma delas é a dimensão do aeroporto, que faz com que o projeto seja classificado como "grande empreendimento público com incidência territorial" e, por isso, segundo a lei portuguesa, "está abrangido por uma AAE", explica a ZERO.

Outro dos motivos é a localização do aeroporto na Zona de Proteção Especial do Estuário do Tejo.

Apesar da queixa efetuada esta terça-feira, a associação espera que o Governo "reconsidere, suspenda a Avaliação de Impacto Ambiental e inicie um procedimento de Avaliação Ambiental Estratégica que sirva verdadeiramente de suporte à decisão".

A ZERO "não descarta a possibilidade de recorrer aos tribunais nacionais", encontrando-se já a "estudar a instauração de uma ação judicial".

Comentários
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  • Rui Torrão
    23 out, 2018 lisboa 13:23
    Confesso que eu não percebo nada disto. Mas nesta base do Montijo, colocada ali há tantos anos e por ali sempre sobrevoaram aviões o meio ambiente não está já habituado? Aora é que surgem as associações de empatas a levantar problemas? Assim não se vai a lado nenhum!
  • antónio
    21 ago, 2018 portugal 16:41
    mais um governo com tiques ditatoriais e, possivelmente, com mais negociatas. é o que merecemos. continuemos a votar...
  • 21 ago, 2018 12:04
    Aquelas carripanas que estao na beira da praia de cascais vendem muito! So se ve passar malta com caixinhas azuis e brancas devem ser sandes de aipo!
  • João Lopes
    21 ago, 2018 Viseu 09:37
    Ainda bem que há instituições competentes e sérias que não se deixam “embrulhar” pela verborreia delicodoce da governação social-comunista e defendem os interesses de Portugal e dos portugueses.
  • Associações da treta
    21 ago, 2018 Lisboa 08:25
    Com a antiga fabrica da Lusalite que se encontra abandonada há mais de vinte anos não há nenhuma associação ambientalista que se preocupe. Dá pouco protagonismo aos senhores ambientalistas. O cancro mesotelioma é devido ao amianto. Os habitantes do concelho de Oeiras há dezenas de anos que são vitimas da Lusalite pois apesar da fabrica estar desactivada continua a a ser fonte de poluição segundo estudos sérios feitos em outros países relativamente a fabricas desactivadas. O concelho de Oeiras é o concelho do País com maior incidência do mesotelioma para isso basta consultar o hospital Egas Moniz. Que os presidentes da Câmara de Oeiras se tenham ao longo dos anos preocupado mais com os interesses dos construtores amigos do que com a saúde dos Oeirenses, sabe-se porquê. Que associações ambientalistas façam de conta que o problema não existe já é difícil de entender, ou talvez não. País pequeno de muitos compadres e comadres. Penso eu.

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