22 ago, 2018 - 09:31
O Governo tem um plano para o eventual aumento de pedidos de regresso ao país por parte de emigrantes portugueses e luso-descendentes a residir na Venezuela, confirmou à Renascença o secretário de Estado das Comunidades.
José Luís Carneiro diz que as medidas anunciadas pelo Presidente Nicolas Maduro para combater a hiperinflação não fizeram aumentar, para já, o número de pedidos de nacionalidade ou de regresso a Portugal. Mas os dados fornecidos pelos serviços consulares indicam que o fluxo de saída daquele país tem sido constante.
Desde 2015, cerca de cinco mil portugueses e luso-descendentes regressaram a Portugal continental e às regiões autónomas. Outros cinco mil migraram para países da América Latina, vizinhos da Venezuela, como a Colômbia, Brasil ou México.
Se a situação na Venezuela se agravar e "colocar em causa a segurança generalizada das pessoas", a comunidade portuguesa quer "ter um plano B, razão pela qual têm pedido a nacionalidade portuguesa”, afirma o secretário de Estado das Comunidades.
Por isso, o Governo está a preparar uma ação para setembro/outubro. “É uma iniciativa que visa dar a conhecer aos conterrâneos na Venezuela oportunidades de emprego e de investimento no nosso país, tendo em vista fornecer informação que possa ser útil em termos de opções de vida”, refere José Luís Carneiro. “Nós estamos de braços abertos”, sublinha.
Em 2016, a nacionalidade portuguesa foi atribuída a 4.125 pessoas. O número de pedidos tem vindo a crescer e, entre janeiro de 2017 e março de 2018, cerca de 5.800 cidadãos adquiriram a nacionalidade portuguesa.
“Em regra, são pessoas que estavam na Venezuela e, em alguns casos, ainda tinham a sua cédula de nascimento. Não tinham outro documento além desse”, explica José Luís Carneiro.
O secretário de Estado visitou a Venezuela há poucos meses, pela quarta vez, e garante que, em conversa com diversos elementos da comunidade portuguesa, se percebe que a vontade da maior parte é permanecer naquele país.