29 ago, 2018 - 18:19
Há já alguns dias que os lusodescendentes que vivem na Madeira regressados da Venezuela não conseguem aceder às contas em bancos venezuelanos pela internet. Agora foi a banca privada, mas antes já tinha sido o banco estatal a proibir o acesso ao dinheiro depositado naquele país.
“Há muitas pessoas que têm lá as empresas e propriedades, e usavam esses meios online para pagar os serviços públicos, os condomínios, e nas empresas para pagar aos trabalhadores. Estão todos com muitas dúvidas”, afirma à Renascença Ana Cristina Monteiro, presidente da Venecom, associação que apoia os lusodescendentes que chegam da Venezuela à ilha.
Apesar de ter circulado que a solução poderia passar por esconder o IP quando tentassem aceder às contas bancárias, a verdade é que a preocupação é grande entre os que regressaram à Madeira.
“Não podem ir para lá resolver a situação, e não sabem como o vão fazer. Uma passagem para a Venezuela é muito cara e não há como ir para lá”, explica Ana Cristina.
A responsável confirma que há muitos lusodescendentes que ainda têm todo o dinheiro do outro lado do atlântico.
“Usavam estes meios para resolver questões lá, e agora não têm como o fazer. Esta é mais preocupação”, explica.
Ana Cristina Monteiro nota que nos últimos dois meses estão a crescer o número de pessoas a chegar à Madeira depois do recrudescer da crise na Venezuela.
O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, já afirmou que é preciso um período de ajustamento às novas medidas económicas e financeiras, aplicadas pela Venezuela, para saber como reagem os emigrantes portugueses.