22 set, 2018 - 14:18
O Presidente da República manifesta-se preocupado com a detenção de gerentes portugueses e lusodescendentes na Venezuela e disse estar a acompanhar as diligências realizadas pelo Governo português, segundo uma mensagem publicada página na internet da Presidência, este sábado
De acordo com a nota, o Presidente tem acompanhado “a posição e as diligências promovidas pelo Governo português”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) convocou na sexta-feira o embaixador venezuelano em Lisboa, Lucas Rincón Romero, para lhe transmitir “a grande preocupação” do Governo pela detenção na Venezuela de 38 gerentes de duas cadeias de supermercados portuguesas, dos quais 34 permaneciam detidos.
Em comunicado divulgado na sexta-feira à noite, o MNE refere que entre os detidos encontram-se “vários nacionais portugueses e lusodescendentes”, lembrando que, na ocasião, “foi salientado o valioso contributo que a significativa comunidade portuguesa e lusodescendente na Venezuela vem dando ao desenvolvimento do tecido empresarial do país e, em particular, à capacidade do setor da distribuição”.
No encontro com o embaixador venezuelano, Lucas Rincón Romero, foi transmitida também a preocupação do Governo português com “a situação dos setores comerciais onde a comunidade portuguesa está fortemente implantada, face às condicionantes económicas e legais que lhes são impostas”.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na quinta-feira que 34 gerentes de "grandes supermercados" tinham sido detidos por “violar a lei”.
"Tivemos um grupo de supermercados que esconderam os produtos às pessoas e começaram a cobrar o preço que lhes dava gana", disse.
Na quarta-feira, 14 gerentes de duas redes de supermercados de portugueses foram detidos pelas autoridades venezuelanas, que os acusam de ter responsabilidade na falta de abastecimento de alguns produtos básicos nas lojas que administram.
Segundo as autoridades, 13 dos detidos são suspeitos de comercialização ilícita de alimentos e alteração dos preços.
Os detidos trabalhavam para as redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama.
A oposição venezuelana questionou as detenções e acusou o Governo liderado por Nicolás Maduro de ser responsável pela escassez de produtos básicos.