29 set, 2018 - 09:31
A edição deste sábado do jornal “Expresso” revela que os dados das antenas telefónicas e das portagens à volta do local onde foi reencontrado o lote de armas roubado foram determinantes e desmentem a versão oficial que a Polícia Judiciária Militar (PJM) divulgou sobre a recuperação das armas furtadas da base militar de Tancos.
Segundo a PJM, a localização das armas tinha sido revelada através de uma chamada anónima. Mas as autoridades acreditam agora que essa chamada anónima terá sido feita por um elemento da própria PJM, a partir de uma cabine telefónica do Montijo.
A mesma versão é contada pelo jornal “Sol” que diz que foi um sargento da PJM a simular essa chamada anónima e acrescenta que quem recebeu essa chamada no piquete sabia que tudo era encenado. Segundo o mesmo jornal, quem recebeu essa chamada foi o major Vasco Brazão, ex-porta voz da PJM, que se encontra na República Centro-Africana, e só chega a Portugal na terça feira para ser ouvido.
Voltando ao “Expresso”, foram elementos da GNR de Loulé que se deslocaram num carro da PJM ao terreno no concelho de Tomar onde tinham sido escondidas originalmente as armas furtadas, e as fizeram deslocar para o local onde depois foram encontradas, na Chamusca. O esconderijo inicial seria propriedade da família de João Paulino, o ex-fuzileiro natural de Albufeira, que ficou agora em prisão preventiva juntamente com o diretor da PJM.
Segundo o jornal “Público”, o próprio diretor, coronel Luís Vieira, já terá confessado a encenação, invocando o interesse nacional. Segundo este, houve um acordo de cavalheiros com o assaltante por forma a devolver as armas sem este sofrer as consequências.