01 out, 2018 - 13:33
A CP - Comboios de Portugal suprimiu, até ao meio-dia desta segunda-feira, 388 comboios de um total de 560, devido à greve convocada pelos trabalhadores das bilheteiras e revisores, com o sindicato a falar numa “adesão total” à paralisação.
“A adesão é total dos trabalhadores. Apenas se estão a efetuar os serviços mínimos de comboios, registando-se 95% das bilheteiras encerradas em todo o país”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo.
Por seu lado, fonte da CP afirmou à Lusa que, entre a meia-noite e o meio-dia de hoje, “foram suprimidos 388” comboios de 560 previstos, dos quais 22 eram de longo curso (alfa pendulares e intercidades), 102 eram regionais, 188 eram urbanos em Lisboa e 76 eram urbanos do Porto.
Luís Bravo, do SFRCI, assinalou que “há zonas do país onde há mais composições a circular em dia normal, que é Lisboa e Porto, e aí os utentes sentirão um impacto [maior]”.
“Em 1.300 que a CP prevê fazer por dia, serão afetados mil comboios” hoje, estimou o representante.
Luís Bravo adiantou que “a expectativa” do sindicato é que a situação se mantenha assim ao longo do dia, sendo esperado que os trabalhadores adiram “massivamente” à paralisação de 24 horas.
Os trabalhadores das bilheteiras e revisores da estão hoje em greve pela contratação de trabalhadores, mais comboios e negociação para o contrato coletivo, o que deverá causar supressões e perturbações na circulação ferroviária.
A greve foi convocada pelo SFRCI por considerar que o Governo está a “bloquear” os acordos feitos há um ano para a contratação de 88 trabalhadores para o serviço comercial da CP, entre os quais revisores e trabalhadores para as bilheteiras.
Segundo o sindicato, por falta de trabalhadores das bilheteiras, a CP deixa de cobrar milhares de euros, enquanto por falta de revisores existem comboios com cerca de 900 utentes (mais de oito carruagens ou mais de uma unidade indivisível) e que circulam só com um revisor em vez dos dois necessários, colocando em risco a segurança dos utentes.
“Isto não é poupar dinheiro, é gestão danosa ou pouco criteriosa por parte do Ministério das Finanças. Um trabalhador de bilheteira ou um revisor não é um custo para a empresa, é um ganho”, adiantou Luís Bravo.