10 out, 2018 - 11:12
Uma manobra para descredibilizar o major Vasco Brazão. É assim que o advogado do militar classifica a notícia, confirmada pelo Ministério da Defesa, de que o antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar terá subarrendado uma casa do Estado a turistas.
“Quando alguém se dispõe a contar a verdade sobre uma determinada matéria que incomoda outro, o outro procura retirar credibilidade àquele que se revela incómodo. É um clássico de todos os tempos e de todos os lugares. Estamos infelizmente a vê-lo reproduzido aqui”, afirma Ricardo Sá Fernandes à Renascença.
Segundo o gabinete do ministro Azeredo Lopes, o major Vasco Brazão, arguido no caso do furto de armas de Tancos, subarrendou de forma ilegal um apartamento das Forças Armadas em Lisboa – casa essa que arrendou em nome do filho.
O assunto pouco interessa ao advogado. “Não faço ideia, nem é assunto sobre o qual eu me vá preocupar. Era o que faltava eu, no meio disto, ter de me estar a preocupar com o arrendamento do filho do major Brazão”, responde.
E acrescenta: “não sou conhecido propriamente como uma pessoa que se deixa intimidar, portanto, não nos deixaremos intimidar”.
Ricardo Sá Fernandes sublinha que “o que está em causa neste processo [de Tancos] é demasiado sério para voltar atrás” e que “tem que se apurar a verdade e esclarecer as pessoas do que aconteceu”.
“A defesa do major Vasco Brazão só tem um propósito: esclarecer a verdade daquilo que aconteceu relativamente ao episódio de Tancos”, acrescenta.
A investigação ao alegado apartamento subarrendado começou na sequência de uma denúncia que chegou ao Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA), organismo que está agora a estudar todo o processo para diligenciar eventuais indemnizações.
Vasco Brazão quer mostrar documentos em tribunal
Quanto ao processo do material militar retirado de Tancos e à encenação da sua recuperação, o major Vasco Brazão aguarda agora que seja marcada uma nova audiência em tribunal.
Segundo o advogado Ricardo Sá Fernandes, o militar quer “entregar um conjunto de documentação que está na posse dele”.
O antigo porta-voz da PJ Militar pediu para ser de novo presente a tribunal depois de o ministro da Defesa ter desmentido “categoricamente” ter tido conhecimento de “ações de encobrimento" em Tancos – uma acusação que o major Vasco Brazão terá feito ao juiz de instrução criminar durante o seu interrogatório.