15 out, 2018 - 21:10
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se esta segunda-feira confiante de que as casas afetadas pelas chamas há um ano deverão ficar quase todas reconstruídas até ao próximo verão.
"Até ao fim do ano, estarão em reconstrução outras tantas quantas aquelas que já estão construídas e, até ao fim da primavera do ano que vem, espera-se que a maioria esmagadora, a quase totalidade das casas, esteja reconstruída", disse aos jornalistas, durante uma visita à zona industrial de Oliveira de Frades.
Marcelo Rebelo de Sousa explicou que, neste momento, "há 200 e muitas casas que estão na situação de reconstruídas, há 400 e tal que estão em processo, muitas delas já muito avançado", de reconstrução.
Segundo o Presidente da República, "delas, 300 irão avançar muito rapidamente e depois fica uma minoria de 50/60 casas que têm problemas jurídicos, formais, que têm de ser resolvidos".
"Houve prazos diferentes, os vistos não tiveram a mesma celeridade no tribunal de contas, os licenciamentos nas câmaras também não são feitos ao mesmo tempo", mas o objetivo de todos é que as casas sejam reconstruídas "o mais depressa possível", sublinhou.
Assim sendo, mostrou-se convicto: "aponto para antes do verão do ano que vem estarmos a falar nessas casas todas, perto de 900, estarem reconstruídas".
Apesar dos avanços, na opinião do Presidente da República, há ainda duas situações em que "é possível fazer claramente mais".
Uma delas é "o lado sócio-psicológico", por admitir que "a capacidade de reação psicológica das populações não seja igual em todos os casos".
A segunda passa por "manter na ordem do dia a atenção em relação a estes territórios", frisou.
"É preciso não deixar esquecer o que se passa nesta área que é muito vasta, que foi atingida em outubro do ano passado", acrescentou.
Durante uma visita à empresa Iberoperfil, Marcelo Rebelo de Sousa foi alertado para as diferenças de viver no interior do país ou nas áreas metropolitanas.
"As pessoas aqui não têm as mesmas coisas que há em Lisboa ou no Porto. Não temos os mesmos hospitais, não temos as mesmas escolas, não temos acesso à mesma cultura", disse o administrador da empresa, Alberto Henriques, apelando a que sejam criados privilégios para quem escolhe trabalhar no interior de Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se esperançado relativamente ao futuro do interior do país, que cada vez mais tem sido opção de estudantes e de recém-licenciados.
"Eu acho que o futuro vai ser muito aberto para os mais jovens, em áreas diferentes das áreas metropolitanas", considerou.
Antes de viajar para Viseu, onde vai inaugurar a exposição fotográfica "Dever da Memória -- Da infâmia à Esperança", o Presidente da República fez uma paragem em Vila Nova, freguesia de Ventosa, no concelho de Vouzela, para dar um abraço à família de quatro das cinco vítimas mortais deste município.
Depois de um abraço e palavras de conforto aos familiares emocionados, Marcelo Rebelo de Sousa parou no cemitério de Ventosa para prestar uma homenagem às vítimas e ainda reconfortou outros familiares e habitantes ali presentes.