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General Rovisco Duarte "poderá não ter resistido à pressão política"

17 out, 2018 - 17:46

Presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas reage à demissão do chefe de Estado Maior do Exército.

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O presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, António Mota, relaciona a demissão do chefe de Estado Maior do Exército com pressões políticas.

Em declarações à Renascença, António Mota manifesta alguma surpresa, mas reconhece que o general Rovisco Duarte não resistiu à pressão política motivada pelo caso de Tancos.

“O general Rovisco Duarte estaria a cerca de seis meses do final do mandato, poderia ser uma situação a considerar manter-se até ao final”, começa por referir, mas a situação alterou-se com a demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e com as “pressões.

“Estou a lembrar-se das declarações de Carlos César, do PS, que afirmou imediatamente após a saída do ministro que já se tinham retirado consequências políticas, mas também era preciso retirar consequências ao nível das Forças Armadas. Isto foi dito por um alto responsável do PS. Poderá não ter resistido à pressão política”, afirma o presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas.

O pedido de exoneração de Rovisco Duarte ocorre dois dias depois da tomada de posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na sequência da demissão de José Azeredo Lopes do cargo.

O anterior ministro invocou a necessidade de evitar que as Forças Armadas fossem prejudicadas pelo "ataque político" e as acusações de que afirmou estar a ser alvo por causa dos desenvolvimentos da investigação judicial à recuperação do material militar furtado em Tancos, divulgada a 29 de junho de 2017.

A demissão de Rovisco Duarte acontece um ano depois da recuperação da maior parte do material, divulgada pela Polícia Judiciária Militar, em comunicado, no dia 18 de outubro de 2017, na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros dos paióis de Tancos.

A investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.

A demissão de Rovisco Duarte já tinha sido defendida pelo CDS-PP, que propôs na Assembleia da República uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades pelo furto.

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