17 out, 2018 - 15:22 • Pedro Filipe Silva
O comandante dos Bombeiros Municipais da Figueira da Foz pediu a demissão. A situação foi confirmada à Renascença pelo próprio comandante Nuno Osório.
O responsável explica que se sente incomodado com as notícias que referem que abandonou o serviço na madrugada de sábado para domingo – a noite em que a tempestade Leslie fez estragos na zona centro do país.
"Foi claramente uma perseguição, uma situação que belisca e que cria uma imagem aproveitando a fragilidade com que a população está. Naturalmente vai empolgar o facto de eu ter me ausentado muito pontualmente não da gestão operacional, mas do corpo de bombeiros”, explicou.
Nuno Osório admite que se ausentou do quartel dos bombeiros, mas que “tinha tudo organizado e devidamente planificado, à semelhança do que é feito na operacionalidade com toda a gente".
Nesta entrevista à Renascença, Nuno Osório garante "nunca iria pôr em causa uma situação de crise como a Figueira da Foz estava a viver”.
“Dá a ideia de que a atitude foi de ir dormir, não foi nesse sentido. Se calhar não usei a melhor designação quando disse descansar. Quis dizer antes parar um bocado, tomar um banho, escovar os dentes, restabelecer porque sabia que ia ter mais 20 horas à frente da gestão de toda a parte operacional”, detalhou.
Nuno Osório lança ainda uma suspeita sobre quem poderá estar por trás da perseguição de que se diz alvo.
“O senhor presidente dos bombeiros voluntários de Figueira da Foz, que tem interesses muito fortes a nível dos bombeiros, perfila-se a ser candidato à Liga dos Bombeiros. É a minha intuição. Faz aqui um ataque claramente injusto e com alguns contornos políticos”, remata.
A tempestade “Leslie” provocou prejuízos superiores a 32 milhões de euros na Figueira da Foz, mais de 20 milhões dos quais em empresas, de acordo com uma estimativa preliminar elaborada pela autarquia.