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Presidente do Turismo do Norte detido

18 out, 2018 - 12:50

Melchior Moreira é acusado de ter desviado milhões de euros. Vai ser interrogado amanhã, no Porto.

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O presidente do Turismo do Norte foi detido esta quinta-feira, juntamente com outras quatro pessoas, no âmbito da operação policial “Éter”.

Segundo o comunicado da Polícia Judiciária enviado à Renascença, os detidos estão “indiciados por crimes de corrupção e participação económica em negócio em procedimentos de contratação pública no Norte”.

Sem falar em nomes, a Judiciária avança que os indivíduos têm idades compreendidas entre os 42 e os 54 anos. Três são dirigentes de entidade pública e dois são empresários.

À agência Lusa, fonte policial confirma que um dos detidos é o presidente do Turismo do Norte, Melchior Moreira.

Os cinco detidos vão ser interrogados na sexta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.

A operação policial desta quinta-feira incluiu também buscas domiciliárias e não domiciliárias, em entidades públicas e sedes de empresas, num total de 11 ações nas regiões de Porto, Gaia, Matosinhos, Lamego, Viseu e Viana do Castelo, revela o comunicado da PJ.

Na operação estiveram envolvidos 50 elementos da Polícia Judiciária, incluindo inspetores, peritos informáticos e peritos financeiros e contabilísticos.

A ação desta quinta-feira decorre da investigação em curso no DIAP do Porto sobre práticas reiteradas e contínuas de corrupção, tráfico de influências e participação económica em negócio, bem como continuada viciação de procedimentos de contratação pública, cujos valores ascendem a vários milhões de euros, como refere a PJ, segundo a qual a investigação prossegue no sentido de determinar todas as condutas criminosas e o seu alcance.

O objeto da investigação, "na sua essencialidade" é a "atividade levada a cabo por entidade e pessoas ligadas à promoção do turismo", refere uma nova nota da procuradoria-geral distrital do Porto.

Melchior Moreira debaixo de olho

Há algum tempo que o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) andava debaixo de olho das autoridades judiciais por suspeitas de corrupção.

Em junho, Melchior Moreira foi passar férias ao Algarve “às custas dos seus alegados corruptores”, escreveu o “Diário de Notícias”, pelo que não pagou nada.

A Polícia Judiciária começou a investigar o caso – nomeadamente, a existência de contrapartidas por atos ilícitos – e quatro outras pessoas ligadas ao Turismo do Norte foram consideradas suspeitas e constituídas arguidas, tal como Melchior Moreira.

Nessa altura, estariam em causa contratos por ajuste direto, fraudes e desvio de subsídios para projetos turísticos.

Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e a Câmara de Viseu foram alguns dos alvos das buscas realizadas por receberem patrocínios do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

À agência Lusa, o presidente do TPNP afirmou nessa altura estar de "consciência tranquila" e garantiu que iria “prestar todas as informações e toda a ajuda solicitada, para esclarecer a situação e defender o meu bom nome e da entidade”.

Na nota enviada nesta quinta-feira à tarde, a procuradoria-geral distrital do Porto confirma que, no âmbito do mesmo inquérito, tinham sido realizadas várias buscas em 20 de junho de 2018 e que, no decurso dessas diligências, cinco pessoas foram constituídas arguidas.

"O inquérito encontra-se em segredo de justiça", sublinha.


[Notícia atualizada às 17h50 com dados da nova nota da procuradoria-geral distrital do Porto]

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  • Rm
    18 out, 2018 14:53
    Se um primeiro-ministro é acusado de 31crimes de corrupção quaisquer palermas podem tentar a sua sorte.

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