05 nov, 2018 - 11:53
Veja também:
A presidente da associação que representa os cuidadores informais não percebe porque é que a Assembleia da República está a travar o Estatuto para o Cuidador Informal. Sobretudo, porque “todas as bancadas” sem exceção estão de acordo.
“O problema é não saberem como vão fazer”, presume Sofia Figueiredo, em declarações à Renascença.
“Estas pessoas precisam de licenças sem vencimento, de redução de horário, de apoios financeiros – porque estamos a falar de pessoas que vivem com 108 euros por mês, pessoas que cuidam de pessoas dependentes. Portanto, é preciso dar dignidade a estas pessoas”, destaca a dirigente, acrescentando que “estamos a falar também de apoio psicológico” e “de uma carreira contributiva”.
“Os problemas estão identificados”, salienta Sofia Figueiredo, que recorda “um estudo encomendado pelo Governo”, segundo o qual “os cuidadores informais poupam ao Estado 333 milhões de euros por mês”.
“Não consigo perceber o que esperam para aprovar o estatuto”, conclui.
Esta segunda-feira, assinala-se o Dia do Cuidador e o Presidente da República publicou uma mensagem no site da Presidência a enaltecer a importância destas pessoas e a necessidade de se avançar para o estatuto, ultrapassando “preconceitos e obstáculos institucionais”.
Sofia Figueiredo acredita que as palavras e envolvimento de Marcelo Rebelo de Sousa venham “dar mais força a esta luta”.
“Isto é um problema da sociedade, não é só dos cuidadores; deve ser visto pela sociedade em geral, porque todos nós um dia podemos ser cuidadores”, sublinha a dirigente da Associação Nacional do Cuidador Informal.
A ideia de transversalidade é também passada pelo Presidente da República, ao defender que a criação de um estatuto próprio “é uma causa que é nacional” e que “merece o esforço de todos”.