15 nov, 2018 - 18:00
A Air Astana acusa diretamente a OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal de falha na manutenção no avião que foi forçado a uma aterragem de emergência no passado domingo em Beja.
Essa é, de resto, uma possibilidade avançada na investigação ao incidente.
Uma nota informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) diz que "as evidências recolhidas até ao momento (...), e ainda sujeito a confirmação em ensaios adicionais, sugerem a existência de falhas na configuração no sistema de controlo de pranchamento da aeronave, consistentes com eventuais perturbações desse sistema durante ações de manutenção".
O presidente da Air Astana, Peter Frost, é perentório na acusação às OGMA.
A aeronave descolou às 13h31 de domingo da base militar de Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, onde realizou trabalhos de manutenção programada nas instalações da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, SA, e aterrou pelas 15h28 do mesmo dia em Beja.
O avião esteve algum tempo a sobrevoar a região a norte de Lisboa e o Alentejo, numa trajetória irregular, antes de ter sido tomada a decisão de o Embraer aterrar em Beja.
Durante o voo, o GPIAAF conta que "a tripulação foi trabalhando em equipa, discutindo opções e tentando comunicar com os técnicos no sentido de formularem hipóteses e planos de ação".
A tripulação decidiu então passar todo o sistema de comandos de voo para modo direto e "a situação melhorou significativamente", mas "sem restabelecer a operação normal e mantendo-se as dificuldades de controlo no eixo longitudinal da aeronave".
A tripulação constatou, então, que os 'ailerons' estavam com "um comportamento errático".
Ao ganharem algum controlo da situação, a aeronave rumou para este à procura de melhores condições meteorológicas e começou a seguir o plano traçado pelo serviço de controlo de tráfego aéreo, para uma aterragem de emergência num aeroporto com boas condições meteorológicas e físicas, fruto da dificuldade da aterragem com controlo reduzido da aeronave.
A Renascença já tentou uma reação da OGMA, até ao momento sem sucesso.