21 nov, 2018 - 09:39
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garantiu, esta quarta-feira, Manhã da Renascença, que chegou a Portugal, na terça-feira, o último lote de vacinas contra a gripe, pelo que “os ‘stocks’ estão completamente repostos neste momento” e “há vacinas suficientes para todos”.
De acordo com Graça Freitas, foram adquiridas “um milhão e 450 mil doses” de vacinas. "Todas - repito, todas - essas doses estão no circuito dos nossos centros de saúde”, sublinhou.
“Temos milhares de pontos de vacinação no país e, portanto, pode acontecer que uma pessoa chegue lá e hoje possa não ter uma vacina, que terá certamente amanhã ou depois de amanhã. Na maior parte dos casos, as pessoas dirigir-se-ão aos seus centros de saúde e terão vacinas”, disse também.
“Nalguns sítios, pontualmente - mais pequenos, com menos capacidade de ter ‘stocks’ armazenados - poderá haver uma falha pontual. Isto não é uma rutura”, adiantou.
Para evitar constrangimentos, Graça Freitas aconselha as pessoas a agendarem a vacinação no centro de saúde, “como se agenda outras coisas. Assim tem a garantia de que tem a vacina no dia certo à hora certa”.
Há mais gente a querer vacinar-se este ano? A diretora-geral da Saúde diz que sim.
“Neste momento, no Serviço Nacional de Saúde – e também sei que nas farmácias é muito bom – já se vacinaram cerca de 850 mil pessoas. No entanto, ainda há muita gente para vacinar e nós continuaremos a vacinar e a apelar à vacinação até ao fim da época gripal”, referiu.
Graça Freitas respondeu ainda à bastonária da Ordem dos Enfermeiros, que criticou, há poucos dias, a forma como tem sido feita a gestão das vacinas da gripe.
“Isto são processos muito complexos e a senhora bastonária, do que se tem queixado, é de falhas pontuais nalguns locais. Em relação aos desperdícios, obviamente que nós fazemos uma previsão, temos metas de vacinação, fazemos campanhas e apelos, mas há anos em que, por qualquer motivo, as pessoas acorrem menos à vacinação e, portanto, nestes pontos de vacinação todos, podem sobrar algumas doses. Isto não é matemática pura. Há épocas em que podem faltar vacinas e há época em que podem sobrar vacinas”, explicou na Manhã da Renascença.
A diretora-geral da Saúde destacou também que a época da gripe ainda não começou e que o pico está previsto para depois da segunda quinzena de dezembro.
Mais de metade dos idosos já tomou vacina da gripe
Mais de metade dos idosos já se vacinou contra a gripe este ano, segundo dados do "vacinómetro", divulgados nesta quarta-feira.
O "vacinómetro" é um projeto lançado em 2009 que permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Entre os grupos recomendados pela DGS, a taxa de vacinação fica-se pelos 40%, segundo os dados do "vacinómetro", que reportam ao dia de ontem, terça-feira.
O grupo das pessoas com mais de 65 anos é o que regista uma cobertura vacinal mais elevada, com 52,9% das pessoas vacinadas.
Segue-se o grupo dos doentes crónicos (com 40,7%) e os profissionais de saúde (38%).
A DGS também recomenda a vacina para as pessoas entre os 60 e os 64 anos, sendo que, neste caso, a taxa de vacinação está nos 23%.
As mulheres vacinaram-se mais do que os homens, com taxas, respetivamente, de 40% e de 28%, entre a população estudada, que inclui os grupos prioritários para a vacinação.
Segundo o "vacinómetro", menos de 10% da população estudada vacinou-se este ano pela primeira vez contra a gripe.
Entre os que ainda não se vacinaram, quase sete em cada dez dizem que não tenciona vacinar-se.
Dos ainda não vacinados, mais de 46% responderam que não o fez por não ser um hábito, havendo também quase 30% a indicar ainda não terem tido oportunidade para o fazer.
Os grupos avaliados pelo "vacinómetro" são pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos, profissionais de saúde e população entre os 60 e os 64 anos.
A gripe é uma doença contagiosa que infeta todos os anos cerca de 10% dos adultos e um terço das crianças e, geralmente, apresenta uma evolução benigna. Contudo, pode trazer complicações associadas, tais como a pneumonia e a descompensação de doenças subjacentes, sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou mais de 65 anos.
A vacina da gripe é gratuita para as pessoas com mais de 65 anos e pode ser levada, sem receita médica, nos centros de saúde. A gratuitidade da vacina estende-se a outros grupos, como pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica.