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“Coloquem o porto a trabalhar e os navios voltam”, diz líder dos estivadores

06 dez, 2018 - 15:39

Em greve há cerca de um mês, os estivadores rejeitam as ameaças feitas pelo Governo e dizem que se este fizer tanta pressão sobre as operadoras como faz sobre os trabalhadores será fácil chegar a acordo.

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Os estivadores do porto de Setúbal classificam de meras “manobras” os alertas feitos pela ministra do Mar, em entrevista à Renascença e ao Público. Ana Paula Vitorino disse que a greve dos estivadores, que dura há um mês, põe em causa a própria viabilidade do porto e, consequentemente, os empregos de todos os que estão em protesto.

Ana Paula Vitorino afirma que o protesto dos estivadores levou o Porto de Setúbal a perder cerca de 70% das rotas habituais, uma vez que muitos armadores tiveram de procurar alternativas, incluindo em Espanha.

O presidente do Sindicato dos Estivadores ironiza e diz que basta vontade de chegar a um acordo que os navios voltam logo. “Não percebemos essa ameaça que querem fazer pairar sobre os trabalhadores. Coloquem o porto a trabalhar – e pode começar a trabalhar de um momento para o outro – e os navios voltam a carregar no porto de Setúbal”, diz António Mariano.

O líder sindical pergunta ainda porque razão o Governo está a apostar em obras de dragagem no porto, se teme o seu abandono. “Não sei onde é que isso joga com as manobras, com as iniciativas de dragagem que fazem para o tornar um porto mais apetecível para futuras linhas, que ainda ali não vão. Esses comentários ficam com quem ficam. Estaremos cá, quando o acordo for feito, para verificar a pujança e a vitalidade com que o Porto de Setúbal vai voltar a funcionar.”

Já no que se refere à confiança mostrada por Ana Paula Vitorino em alcançar um acordo, o sindicato acredita que sim, desde que a pressão sobre as duas partes em conflito seja igual.

“Se colocar tanta pressão em cima dos operadores como coloca em cima dos trabalhadores, provavelmente chegaremos a um acordo rapidamente. A nossa exigência é tão radical que só pedimos que um terço tenha esse contrato a termo e que os restantes tenham prioridade para o trabalho e não sejam dispensados no dia a seguir, e que se possa verificar pela sua regularidade de trabalho que há lugar para mais dezenas de trabalhadores naquele porto, com contrato sem termo e com condições”, conclui.

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