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Greve dos enfermeiros. "Serviços mínimos não estão a chegar para as situações graves"

07 dez, 2018 - 13:20

Cinco mil cirurgias canceladas, muitas delas pediátricas e oncológicas, é o efeito mais sentido da greve dos enfermeiros. Requisição civil ponderada. Bastonária apela à negociação com o Governo.

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O bastonário da Ordem dos Médicos admite à Renascença que os serviços mínimos não estão a chegar para as situações graves” de doentes do Serviço Nacional de Saúde nos hospitais afetados pela greve dos enfermeiros.

“Isso é um facto. É objetivo”, afirma Miguel Guimarães, garantindo que entre as situações graves que não estão a ter seguimento estão doentes oncológicos.

“Há doentes que têm uma janela terapêutica relativamente curta e, se essa janela terapêutica não for respeitada, é evidente que pode haver sequelas”, adianta.

Deve, por isso, “haver uma solução para os doentes considerados de facto prioritários, para que eles não fiquem depois à espera meses sem saber quando poderão ser operados”, sendo que “alguns até perdem a oportunidade de serem operados, porque depois já nem precisam”, diz ainda o bastonário da Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães refere-se, nomeadamente, à possibilidade que já existe de transferir os doentes para outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“O Governo tem que levar esta situação a sério, tem que ter atenção àquilo que é a essência do Serviço Nacional de Saúde, que são os doentes. O Serviços Nacional de Saúde existe para servir os doentes”, frisa.

O Governo tem possibilidade de utilizar várias soluções para resolver o problema dos doentes urgentes. O Governo tem é de começar a aplicá-las desde já. Não vale a pena estar a acumular doentes”, defende.

Requisição civil?

Face aos efeitos que a greve está a provocar em vários hospitais públicos, há já quem fale na hipótese de o Governo avançar para a requisição civil.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros considera que, antes disso, há passos a dar, nomeadamente à mesa das negociações.

“Provavelmente, seria mais fácil, em vez de estarmos a discutir a requisição civil – e com certeza mais honesto – pensar em negociar seriamente com os enfermeiros”, afirma Ana Rita Cavaco à Renascença.

“Os enfermeiros não se podem reformar aos 66 anos, toda a gente compreende isto. Nós trabalhamos por turnos, com uma grande carga física, psicológica e emocional. Há espaço para negociar, o problema é que o Governo não quer negociar e isto o que parece é uma grande teimosia com os enfermeiros e o que os enfermeiros sentem é que só são valorizados, infelizmente, nestas situações, quando ocorre uma greve desta dimensão”, sustenta.

Os enfermeiros estão em greve desde o dia 22 de novembro. Nestes 16 dias, já foram adiadas cinco mil cirurgias programadas, em cinco centros hospitalares nas cidades de Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra.

Só no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, foram 456, cerca de 50 das quais pediátricas. E a situação, segundo a bastonária dos Enfermeiros, não será resolvida nos próximos tempos.

Os enfermeiros reivindicam melhores condições de trabalho, mas sobretudo a definição da categoria de enfermeiro especialista.

Os serviços mínimos foram definidos por uma comissão arbitral, mas não estão a ser suficientes para resolver as situações graves.

“Temos tido muitas denúncias à Ordem. Situações complexas de médicos que estão completamente frustrados, porque têm doentes com situações graves que não estão a ser operados. Tem que haver uma solução para isto”, apela o bastonário da Ordem dos Médicos.

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  • Cidadao
    09 dez, 2018 Lisboa 11:42
    O governo quer apresentar bons numeros em Bruxelas pois assim pode haver lugares de topo à espera para quando forem apeados do poleiro. Já lá está o Centeno e outros estão com bons lugares de comissários debaixo d'olho. Para isso é preciso continuar a sustentar bancos falidos, ir pagando as dívidas e manter a ilusão de que tudo corre sobre rodas, mesmo com os Serviços publicos a cair de podres sem investimento nem pessoal, e um salário minimo que é 1/3 do que se paga na Europa enquanto os impostos são iguais. Costa brinca com isto, porque não tem adversário. O PSD passista faria o mesmo desde que Bruxelas lhe soprasse isso ao ouvido, e o PSD de Rui Rio "não se vê... porque não se avista". Mas pode ser que as contas lhe saiam furadas. Maioria Absoluta é uma invenção de certa Imprensa: Maioria absoluta quando tem contestação por todo o lado? Ilusão. E mais cedo ou mais tarde o PSD há-de sair do marasmo, com RR ou outro qualquer. Aí, o sorrisinho trocista do Costa, vai desaparecer.

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