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Marcelo diz que greve dos enfermeiros pode ser incompreendida pela sociedade

14 dez, 2018 - 07:08

O Presidente da República abordou o assunto pela segunda vez nesta semana, avisando que "uma greve só é verdadeiramente eficaz se conseguir ter uma grande adesão na sociedade".

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisa os enfermeiros para a possibilidade de a greve em curso ser incompreendida pela sociedade.

"Uma greve só é verdadeiramente eficaz se conseguir ter uma grande adesão na sociedade", advertiu Marcelo, naquela que é a segunda abordagem da semana ao tema da greve dos enfermeiros cirúrgicos.

Em declarações feitas à saída do Natal dos Hospitais, no Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão, em Cascais, Marcelo insistiu na necessidade de haver equilíbrio entre os interesse em jogo: "Quem conduz um processo, que dura meses e meses e meses, vai em cada momento pondo num prato da balança a justiça daquilo que reivindica e no outro prato da balança os custos sociais para milhares de portugueses das consequências da greve.”

O Presidente da República acrescentou que “vale a pena” fazer a avaliação “quando começa a pesar mais aquilo que é, no fundo, o sofrimento de muitas pessoas e a preocupação da sociedade”.

"É uma greve muito longa, de muitos meses, que atinge muitos milhares de portugueses, muitos milhares de cirurgias, operações, muitos milhares de pessoas com problemas concretos de saúde. Aquilo que eu penso é que, certamente, quem conduz a greve tem presente que uma greve só é verdadeiramente eficaz se conseguir ter uma grande adesão na sociedade."

A greve teve início a 22 de novembro e terminará a 31 de dezembro. Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e está a decorrer nos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.

Por sua vez, a ministra da Saúde disse na noite de quinta-feira, na RTP, que, nos próximos dias, ficará definido o programa de reagendamento das cinco mil operações canceladas, por causa da greve dos enfermeiros.

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  • No Comments
    14 dez, 2018 Lisboa 11:07
    Se fosse incompreendida como diz o PR, os enfermeiros nunca conseguiriam os valores que conseguiram em subscrição pública, para pagar os dias de greve. Cá tal como na Europa, as pessoas estão fartas de ver os ricos cada vez mais ricos, os remediados aproximarem-se da pobreza, e os pobres aproximarem-se da miséria. Estão fartas de precariedade, salários cada vez mais baixos, cortes no social, para sustentar a Banca e degradação das condições de Vida. Tomaram os Enfermeiros como paladinos e o facto de governos e políticos criticarem a greve, ainda dá mais força aos enfermeiros e raiva, às pessoas. Os políticos que se acautelem pois pode ser por aqui que se começa a inverter este estado de coisas e se eles fizerem leis à pressa para tentarem retomar o controlo, ainda acabam como em França
  • Força, Enfermeiros
    14 dez, 2018 HPDC 10:55
    E está a ter, caso contrário nunca conseguiriam os apoios económicos para pagar os dias de greve, que estão a ter, que mais um pouco e ganhavam mais em greve que a trabalhar. Apesar dos verdadeiros incómodos, as pessoas não só compreendem mas até apoiam alguém finalmente se começar a mexer para acabar com este ciclo vicioso de "isto está muito mau, temos de ser competitivos à custa de salários irrisórios, pensões cortadas, precariedade como norma", enquanto se veem administradores a ganhar 30 ou mais vezes o que ganha um trabalhador médio, a Banca sempre a mamar os nossos impostos, os patrões com os seu fatinhos de 3000€ a virem para a TV discutirem aumentos de tostões no salário mínimo mas só se tiverem algum benefício fiscal, etc. Alguém tem de romper com este ciclo vicioso. Força, enfermeiros.

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