16 dez, 2018 - 13:33
Os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) de Braga e de Vila Real recusam não ter atendido a chamada da NAV sobre o acidente de Valongo, garantindo ter operadores “em permanência 24 horas por dia”.
Em declarações à agência Lusa, o comandante do CDOS de Braga, Hermenegildo Abreu, garantiu que “qualquer chamada” ali recebida “é atendida conforme a sequência de entrada”, considerando por isso “muito estranho” que a NAV, empresa que gere a navegação aérea, diga que aquela entidade “não atendeu” uma chamada feita ao fim da tarde de sábado devido à perda de contacto com o helicóptero do INEM que caiu em Valongo.
Para o comandante do CDOS de Vila Real, Álvaro Ribeiro, é também “muito esquisito” que uma chamada de quem quer que seja não tenha sido atendida, porque “a sala de operadores tem sempre dois operadores em permanência, 24 sobre 24 horas”.
A agência Lusa tentou também, sem sucesso, contactar o comandante do CDOS do Porto.
A NAV, que gere a navegação aérea, revelou este domingo que, pelas 19h20 de sábado, foi tentado o contacto com os CDOS do Porto, Braga e Vila Real “que não atenderam”.
“Só após contactar o CDOS de Coimbra, que reencaminhou a chamada para o Porto, é que se conseguiu contactar o CDOS do Porto”, vincou a NAV.
O ministro da Administração Interna já anunciou ter ordenado à Proteção Civil a abertura de um “inquérito técnico urgente” ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas relativamente ao acidente com o helicóptero do INEM.
O comandante distrital do Porto da Proteção Civil, Carlos Alves, disse este domingo que o aviso da queda da aeronave que fez quatro vítimas mortais chegou à Proteção Civil “às 20h15”, cerca de duas horas após o último contacto da aeronave com a torre de controlo.
A queda de um helicóptero do INEM, ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes. A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.