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Quatro mortos confirmados em queda de helicóptero do INEM

15 dez, 2018 - 21:21 • Rui Barros , Carlos Calaveiras

O aparelho desapareceu do radar na zona de Valongo às 18h30, mas o alerta e socorro só foram lançados às 20h15. Está por saber o que aconteceu neste hiato de tempo.

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O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto confirma a morte de quatro pessoas em queda de helicóptero do INEM em Valongo. A informação foi já confirmada de madrugada, alguns minutos depois de um primeiro briefing da Proteção Civil que tinha adiantado que tinha sido sinalizado o ponto de contacto da aeronave com o solo.

As quatro vítimas eram o médico espanhol Luis Vega, a enfermeira Daniela Silva, o piloto João Lima e o co-piloto Luís Rosindo que viajavam na aeronave depois de uma acção de socorro.

O comandante Carlos Rodrigues Alves confirma que "foram encontrados os destroços com os quatro corpos sem vida: dois dentro do helicóptero e dois fora, entre os destroços".

A mesma fonte não explica, no entanto, o hiato entre a hora do desaparecimento do aparelho do radar na zona de Valongo, por volta das 18h30, e o alerta à Autoridade Nacional só ter chegado às 20h15.

Já o secretário de estado da Proteção Civil confirma que haverá "um conjunto de entidades que investigarão o que se passou para apurar eventuais responsabilidades, desde logo, o facto de a própria aeronave não ter emitido um sinal como deveria ter emitido".

José Artur Neves não quis confirmar se houve uma chamada para o 112 às 18h45 a dar conta do acidente e voltou a remeter para futuras averiguações.

O governante deixou, no entanto, a certeza que "tudo funcionou como deveria ser: chegou a indicação ao comando de operações do distrito e, de imediato, foram mobilizados os meios para o terreno". "A informação chegou em primeiro lugar ao CDOS e, a partir daí, foram espoletados todos os mecanismos para mobilizar os meios para o terreno".

À pergunta se os bombeiros foram avisados antes da Proteção Civil, José Artur Neves refere: "Não temos conhecimento disso".

Uma equipa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) vai averiguar a queda do helicóptero, disse à Lusa fonte do organismo.

O primeiro-ministro já manifestou pesar pela morte dos quatro elementos do INEM. "Quero naturalmente apresentar às famílias e amigos as mais sentidas condolências e dirigir uma palavra de solidariedade para todos aqueles que trabalham no Instituto Nacional de Emergência Médica e que prestam um serviço inestimável aos portugueses", afirmou.

Em declarações à Lusa em Abu Dabi, António Costa disse que no momento próprio serão apuradas "as causas deste acidente", frisando que "neste momento" é prematuro falar sobre as razões.

Costa acrescentou que "a ministra da Saúde está a chegar ao local".

Vários meios mobilizados

Segundo o INEM, "a aeronave em questão regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança" depois de ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de um doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.

O doente em questão era uma mulher com 76 anos de idade, com problemas cardíacos graves, do Hospital Distrital de Bragança para o Hospital de Santo António, no Porto. O transporte teve início às 15h13 horas, altura em que o helicóptero levantou voo da sua base para o Hospital de origem do doente, tendo o mesmo sido entregue aos cuidados das equipas médicas do hospital de Santo António cerca das 18h10.

Os meios de socorro foram mobilizados para a zona de Serra de Pias, junto à aldeia de Couce, em Valongo, no distrito do Porto.

A zona é marcada por terreno muito inclinado e de densa vegetação. Chuva forte e vento dificultaram o trabalho das autoridades.

Há relatos de populares que dizem ter ouvido um estrondo.

Estiveram 203 pessoas no teatro de operações - bombeiros, GNR, INEM, autarquias e Proteção Civil - 134 operacionais, 35 veículos

Um meio da Força Aérea foi mobilizado para o local, mas de acordo com o tenente-coronel Manuel Costa, da Força Aérea Portuguesa, este está retido na cidade do Porto devido às condições meteorológicas que se fizeram sentir no local. Este helicóptero, um meio especial e preparado para fazer buscas e salvamento, deveria ter chegado ao local pelas 22h30.

As autoridades recorreram ao telemóvel de um dos tripulantes para geolocalizar com maior precisão o local onde foi encontrada a aeronave perto da aldeia de Couce, no concelho de Valongo.

O helicóptero em questão é um Augusta A109S, operado pela empresa Babcock.

[Notícia atualizada às 03h10]

Comentários
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  • 16 dez, 2018 18:29
    E porque razao o helicopetro nao tinha nao tinha caixa negra?
  • Filipe
    16 dez, 2018 évora 10:16
    Nesse espaço de tempo acontece o que se estava esperando , hoje em Portugal andam por aí uns seres desprezíveis criminosos terroristas a incentivar outros alegadamente a troco de melhorias de ordenados onde já abunda , fazendo greves ao auxílio imediato , os enfermeiros(as) e agora os bombeiros . No fim imagine-se nesse espaço de tempo que existiam outros feridos ou ainda vivos , morreram porque essa gente anda a matar seres humanos em Portugal , é isto que se tem para dizer . O auxílio não é tratado como foi o BdC no Sporting , esse homem tem de ser excomungado de Portugal . Imagine-se agora que eu tenho uma empresa e está outra ao lado com as mesmas funções . Eu tenho dinheiro e quero fazer desaparecer essa empresa . Pago aos trabalhadores da outra 42 euros ao dia para fazerem greves e arrebentarem com a empresa a troco depois de emprego na minha . As greves dos enfermeiros são ilegais , pagam ao dia fugindo ao fisco e segurança social , é trabalho pago por baixo da mesa . E se é pago então a greve não é greve , é greve renumerada para de propósito causar danos a terceiros , eles continuam a meter comer em casa e esperando euros de regalias , enquanto outros morrem , uma vergonha Nacional , onde a pobreza e famílias carenciadas aumentam todos os dias .
  • Celeste
    16 dez, 2018 Campo 09:45
    Epá de chato... Lá vai o compadre e a comadre ter de ir ao armário desencantar uma gravata preta e descascar uma cebola para ver se ao menos lhes consegue escolher uma lágrima pelo canto do olho!!!
  • Valter
    16 dez, 2018 Valongo 09:40
    Aquilo que reflete a situação de país de terceiro mundo é uma comunicação à uma da manhã, feita numa sala com quase uma dezena de altas individualidades para dizer que após 6 horas de ter sido dado o alerta, afinal ainda sem sabiam onde estava o aparelho!! País de tristes!!
  • Pinto
    16 dez, 2018 Portimão 09:33
    Mais uma tragédia... E o Kosta a passar férias!!

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