17 dez, 2018 - 22:30 • Hugo Monteiro, com redação
O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais recusa que os telefonemas da NAV - Empresa de Navegação Aérea não tenham tido resposta por parte dos operacionais de três Comandos Distritais de Operação e Socorro (CDOS).
Em causa está o acidente com o helicóptero do INEM, no passado sábado, em Valongo, que fez quatro vítimas mortais.
Em declarações à Renascença, Fernando Curto diz esperar que o inquérito anunciado pelo ministro da Administração Interna traga conclusões importantes para perceber o que se passou durante as operações de socorro.
No entanto, o presidente da Associação de Bombeiros Profissionais aconselha a NAV a verificar os números de telefone que dispõe, uma vez que os operadores estão de serviço 24 horas por dia e é impensável não terem recebido as chamadas.
“Nós refutamos todas as críticas que são feitas aos operadores dos CDOS, porque é quase impensável que um operador do CDOS não receba qualquer pedido de socorro. Era importante que a NAV ou quem telefonou os CDOS que revissem os números porque, porventura, são números administrativos e não são os números dos operadores que estão 24 horas de serviço. Recuso-me a acreditar que os CDOS não tenham recebido qualquer informação porque estão de serviço 24 horas por dia”, afirma Fernando Curto.
A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais espera que o inquérito anunciado pelo ministro da Administração Interna traga conclusões importantes para perceber o que se passou. Até lá, recusa que os bombeiros sejam bodes expiatórios.
“Espero que o relatório possa clarificar esta situação. Os CDOS e os bombeiros não podem ser bodes expiatórios de um processo onde, para nós, não houve qualquer comunicação e, se houve, era importante que nós reportássemos a fita do tempo para ver, efetivamente, o que aconteceu”, sublinha Fernando Curto.
O relatório da Proteção Civil deverá ser divulgado até esta terça-feira. O documento deverá permitir perceber a razão do longo período de tempo que separou o acidente e a operação de socorro, disse à Renascença o secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves.