Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

CP impõe silêncio aos trabalhadores

18 dez, 2018 - 07:47

Empresa apresentou novo código de ética e, de acordo com o Jornal de Notícias, a Comissão de Trabalhadores da CP opõe-se a cláusulas do documento que "violam os direitos, liberdades e garantias" dos trabalhadores da empresa.

A+ / A-

A CP criou e impôs aos trabalhadores, no mesmo dia em que exonerou o diretor de material circulante, um "código de ética" que os impede de denunciar problemas da empresa.

A notícia, avançada pelo Jornal de Notícias, dá conta de que o novo código sublinha que a CP é um "operador de referência" no sectro ferroviário que "promove uma cultura de melhoria contínua dos seus serviços" e aponta a necessidade de "agir nas relações interpessoais e com a empresa de modo a não pôr em risco a reputação e imagem da mesma".

A Comissão de Trabalhadores, de acordo com o JN, opõe-se a cláusulas do documento que, do seu ponto de vista, "violam os direitos, liberdades e garantias" dos trabalhadores da empresa.

Na origem deste novo diferendo interno está o caso da demissão do diretor de material circulante da empresa. José Ponte Correia, que é, também, destacado militante socialista no setor ferroviário, foi exonerado depois de se ter manifestado contra o prolongamento do ciclo de manutenção das automotoras elétricas em mais 300 mil quilómetros.

Segundo o jornal “Público”, a administração decidiu que a manutenção das Unidades Triplas Elétricas (UTE) seria feita aos dois milhões de quilómetros em vez dos 1,7 milhões. O responsável alegou que esta decisão da CP pode pôr em causa a segurança dos passageiros, mas a empresa rejeitou as acusações.

A CP alega que a decisão de exonerar o responsável nada tem a ver com as declarações por ele feitas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Luis Ribeiro
    20 dez, 2018 Faro 05:38
    Infelizmente a CP está a revelar-se, cada dia, uma armadilha para os utentes. Reparemos neste elucidativo exemplo: se alguem compra uma assinatura mensal e, em absurdo, a CP não realizar um unico comboio para esse trajecto no periodo mensal, o Regulamento de Transportes não permite a compensação ao utente do valor pago pela assinatura. Só por aqui, dá bem a ideia de como este logro está organizado, perante a passividade das entidades fiscalizadoras da actividade da empresa e da Lei pela qual se fazem reger.
  • Anonimus
    18 dez, 2018 11:46
    Muito bom... Alguém denuncia uma possível falha de segurança, e é exonerado (claro, sem qualquer relação entre os dois eventos). Daqui a uns anos, quando acontecer um acidente em estilo Borba, aqui d'el-rei o que terá acontecido de errado. Nessa altura a CS vai cavar e descobrir que, uns anos atrás, já havia alertas para a situação, etc, etc... A CP é esperta, se não consegue manter a taxa de operabilidade, elimina horários. Se não consegue manter pontualidade, muda a legislação para não pagar reembolsos. Se não consegue resolver problemas, impede os funcionários de falar. Assim tudo corre bem. Isto claro, com a conivência deste Governo
  • Cidadao
    18 dez, 2018 Lisboa 11:15
    Típico. "Isto" segue um guião já testado. Quando há uma situação de incompetência/compadrio/corrupção/amiguismo, o primeiro passo é tentar abafar o caso, seja por desviar atenção para coisas irrelevantes, seja por ocultação pura e simples, ou pela Lei da Rolha como neste caso. O segundo passo, se o primeiro não resolver, é tentar desvalorizar o episódio, seja lançando dúvidas sobre as pessoas que denunciaram, seja falando em "estatísticas que provam o contrário", seja lançando mão de um "historial" distorcido para aparecer com as cores que mais convêm. Se tudo falhar, vem o passo três, que é uma "rigorosa comissão de inquérito" de resultados pré-estabelecidos e que na realidade não investiga nada, e a caça às bruxas, afastando os que "não jogam em equipa". Se tudo falhar é deixar passar o tempo que o pessoal acaba por esquecer... Responsabilização e consequências judiciais é que népias. Quanto muito, assumem-se "responsabilidades políticas" que ninguém sabe o que quer dizer, pois quem assume, nunca se demite, nem abandona a política activa, nem corrige para além do "para Inglês ver", nem nada. E cá vamos cantando e rindo, sempre atentos ao VAR, ao caso do Cristiano Ronaldo e da americana, e a esse tal de "casados à primeira vista" ou lá como se chama. Pelo menos até acontecer alguma coisa mesmo grave....

Destaques V+