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Câmara de Faro alerta para "deficiências" na ginecologia obstetrícia do Algarve no Natal

23 dez, 2018 - 17:41 • Lusa

Rogério Bacalhau mostrou a sua preocupação por a única unidade neonatal diferenciada existente no Algarve estar a funcionar "com um ou sem nenhum" elemento escalado, quando "deveriam estar quatro" em cada turno.

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O presidente da Câmara de Faro alertou este domingo para as "alegadas deficiências" do serviço de Ginecologia e obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) durante as festas natalícias, por falta de profissionais que podem levar ao encerramento.

O alerta foi feito num e-mail dirigido à ministra da Saúde, Marta Temido, e divulgado este domingo pelo município de Faro, no qual o autarca, Rogério Bacalhau, mostrou a sua preocupação por a única unidade neonatal diferenciada existente no Algarve, no hospital de Faro, "estar a funcionar com um ou sem nenhum elemento escalado, quando deveriam estar quatro" em cada turno.

"A verdade é que, a escassos dois dias do Natal, subsistem assuntos críticos neste serviço, que nos parecem fazer perigar a tranquilidade das comunidades, num período festivo e também de previsível maior afluência aos serviços hospitalares", disse Rogério Bacalhau na comunicação à governante.

O presidente da autarquia, sede do distrito de Faro, refere que este "constrangimento grave na escala de urgência para a presente época festiva" foi reportado por profissionais do serviço de obstetrícia do CHUA, que já tem "um quadro médico envelhecido", é "tido como carenciado" e "apenas consegue assegurar menos de 40% dos turnos de Serviço de Urgência", sinalizou.

Necessita também de uma "renovação urgente do quadro com, pelo menos, 10 assistentes hospitalares", acrescentou Rogério Bacalhau, que disse "temer pelo funcionamento" da unidade e "pela capacidade de resposta actual deste serviço, tão importante para a comunidade".

O presidente da Câmara algarvia pediu ainda à governante uma "tomada de posição urgente e contundente" para resolver esta questão, numa unidade que presta também "cuidados diferenciados nas áreas de diagnóstico pré-natal, patologia cervical, senologia e ginecologia oncológica" e faz 2400 partos por ano.

O presidente da autarquia considerou que este serviço "não pode falhar em momento algum, menos ainda neste período em que a afluência de utentes aos cuidados de saúde é previsivelmente superior", e pede a intervenção da ministra para resolver a situação, "em face das inquietantes informações" que dão conta de uma "gritante falta de pessoal médico", pode ainda ler-se no comunicado.

Centro Hospitalar do Algarve garante escala completa na Ginecologia/Obstetrícia

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) garantiu este domingo que “está completa” a escala de urgência no serviço de Ginecologia e Obstetrícia durante as festividades de Natal, nos hospitais de Faro e de Portimão.

“A escala de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia nos próximos dias festivos, assim como nos restantes dias do mês, está completa, tanto na unidade de Faro como na unidade de Portimão”, assegurou o CHUA num comunicado, depois de o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, ter alertado hoje para as "alegadas deficiências" desse serviço na época natalícia.

A mesma fonte lamentou não ter sido previamente contactada pelo autarca de Faro e considerou que, se isso tivesse acontecido, “seria evitada a difusão de informações não fundamentadas que só contribuem para causar alarme junto da população”.

O CHUA manifestou ainda a sua disponibilidade para “responder às preocupações do sr. presidente da Câmara Municipal de Faro, assim como de todos os autarcas da região, sobre a instituição e a prestação de cuidados de saúde à população algarvia”.

Depois de o CHUA ter garantido que tem as escalas completas, a autarquia de Faro divulgou um novo comunicado a indicar que recebeu “informação de que os principais constrangimentos atravessados pelo Serviço de Ginecologia/Obstetrícia do CHUA”, em Faro, já “estarão resolvidos”.

“Em particular, parece ultrapassado o impasse na constituição das escalas que fazia perigar a capacidade de resposta do serviço nesta quadra festiva”, precisou a autarquia algarvia, pedindo para ser considerada “sem efeito” a nota de imprensa divulgada antes a dar conta do correio eletrónico dirigido à ministra.

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