28 dez, 2018 - 15:11 • Marina Pimentel com redação
O diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Manata, confirmou à Renascença que o incidente desta sexta-feira à tarde, em que dois reclusos incendiaram caixotes do lixo no Estabelecimento Prisional de Izeda, foi "rapidamente resolvido".
Foi noticiado pela agência Lusa que os reclusos em Izeda estariam em revolta, ao recusarem-se a regressar às celas após o almoço, incendiando caixotes do lixo e colchões, disse à Lusa fonte do corpo da guarda prisional.
Segundo a mesma fonte, a situação ainda não está controlada, apesar de os guardas de serviço terem tentado acalmar os ânimos entre os reclusos. A falta de tabaco para venda na cantina prisional foi o motivo que originou os distúrbios.
Esta tarde, a RTP noticiou que a comissão de Defesa dos Reclusos Unidos de Portugal e Ilhas ameaçou com uma greve de reclusos de todos os estabelecimentos prisionais do país se a paralisação dos guardas prisionais não terminar até 6 de janeiro.
“Devido à continuação abusiva da greve do corpo de guardas prisionais, que apenas tem castigado e torturado os reclusos e suas famílias, caso esta greve de contornos ridículos e absurdos, violadora de direitos constitucionais continue depois do dia 6 de janeiro, os reclusos de todos os estabelecimentos prisionais vão entrar em greve não trabalhando dentro das prisões”, lê-se no comunicado da comissão de Defesa dos Reclusos Unidos de Portugal e Ilhas.
Os incidentes ocorrem numa altura que o corpo da guarda prisional está em greve para exigir a revisão do estatuto, atualização da tabela remuneratória, criação de novas categorias, um novo subsídio de turno, alteração dos horários de trabalho e novas admissões.
Em muitas prisões do país, as visitas aos reclusos estão condicionadas. O envio e receção de cartas acontece apenas um dia por semana e as chamadas telefónicas têm horários reduzidos.